Crediário em SP tem o pior resultado do ano

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Aumento nas vendas a prazo foi de apenas 0,5% em outubro em relação a 2010; vendas à vista ficaram estagnadas


As vendas a prazo atingiram em outubro a menor taxa de crescimento anual de 2011. No mês passado, o número de consultas para negócios no crediário foi apenas 0,5% maior em relação ao mesmo período de 2010, aponta pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para as vendas com cheque à vista ou pré-datado, não houve em outubro crescimento nas mesmas bases de comparação.

Na média dos dois sistemas de pagamento, o acréscimo foi de 0,25% no mês passado. Em agosto e setembro, o ritmo do varejo era bem maior, de 3,6% e de 1,6%, respectivamente. De acordo com o presidente da ACSP, Rogerio Amato, essa desaceleração não pode ser encarada como tendência, mas como "cautela do consumidor diante de um cenário externo de incertezas".

De toda forma, os varejistas sabem que outubro é o mês-chave para o comércio. Normalmente o desempenho de outubro acaba sendo o desempenho do Natal. Pelos resultados obtidos até agora, a tendência é que o Natal deste ano praticamente repita o de 2010, que foi o melhor dos últimos dez anos.

Esse prognóstico contraria as projeções de crescimento para dezembro, que estavam em 10% no primeiro semestre e foram reduzidas para até 5% em setembro. Agora os varejistas apostam no empate como cenário mais provável. Tanto é que muitos deles cortaram entre 5% e 10% os pedidos iniciais de bens duráveis feitos para o Natal..

"Ninguém está chorando. Os comerciantes dizem que as vendas estão normais", conta o economista da ACSP, Emílio Alfieri, relatando os comentários de empresários do setor.

Segundo ele, alguma mudança no cenário das vendas poderá ocorrer no primeiro trimestre do ano que vem, quando deve ser pago o salário mínimo com reajuste de 14%. "Mesmo assim, o impacto deve ser maior nas vendas dos supermercados."

Calote. A inadimplência líquida, que é o saldo entre o número de carnês com prestações atrasada a mais de 30 dias e os carnês inadimplentes renegociados, em relação às vendas a prazo de três meses anteriores, ficou praticamente estável de setembro (5,6%) para outubro (5,7%). O acréscimo em relação a outubro de 2010 foi de 1,1 ponto porcentual. "Não aconteceu nada significativo para o aumento da inadimplência", diz o economista.

Na análise de Alfieri, esse acréscimo do calote na comparação anual não explica a freada nas vendas do varejo. "As pessoas continuam empregadas", diz o economista. É que o desemprego costuma ser o principal motivo alegado pelos consumidores para o não pagamento em dia das dívidas.


Veículo: O Estado de S.Paulo


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