Um super Natal a caminho

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As vendas de Natal serão maiores que as do final de 2010 e o comércio do Estado de São Paulo movimentará R$ 33,86 bilhões no último mês de 2011. O resultado será R$ 3,01 bilhões superior ao de dezembro do ano passado (alta de 9,7%). A previsão é da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), divulgada ontem em sua sede na capital paulista. "Os números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados ontem (terça-feira) mostram a realidade até setembro, mas estão levando a conclusões precipitadas", disse o diretor-executivo da entidade, Antonio Carlos Borges.
 
A Fecomercio avaliou que o consumidor brasileiro continua otimista porque acredita que a situação econômica do País seguirá favorável, com a continuidade de geração de postos de trabalho e o crescimento da massa real de rendimento das famílias, estimado em 5,7% neste ano.
 
Segundo a entidade, o faturamento do varejo no estado será de R$ 331,96 bilhões em 2011, resultado 4% superior em termos reais ao do ano passado. Este montante corresponde a 28,76% do faturamento nacional do segmento, estimado em R$ 1,15 trilhão.
 
Otimismo – Para o diretor-executivo da Fecomercio, é importante lembrar que os índices de confiança do consumidor divulgados durante todo o ano mantiveram-se acima dos 150 pontos, indicando que este Natal será melhor que o de 2010 em razão destes fatores e também pela entrada de R$ 83 bilhões referentes à liberação do décimo terceiro salário.
 
Além disso, outros componentes importantes que formam o quadro positivo são o baixo endividamento da população (41% na capital paulista), segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Fecomercio. O levantamento mostra que apenas 8% das famílias têm alguma conta em atraso, ao lado do amplo acesso ao crédito.
 
O representante da Fecomercio opinou que as medidas de restrição do crédito adotadas pelo governo federal no final de 2010 tiveram seu impacto reduzido depois, já que o volume de liberação de empréstimos registrou aumento real de 4% e compensou a elevação de 5 pontos percentuais nos juros destinados às pessoas físicas. 
 
Por isso, Borges espera bons resultados nos primeiros meses de 2012, apesar das turbulências econômicas na Europa e nos Estados Unidos. "O mercado interno fortalecido foi o responsável pelo desempenho positivo do Brasil durante a crise internacional. Ele é o grande herói da economia brasileira", afirmou. Borges sustentou suas previsões positivas para 2012, principalmente em razão dos baixos índices de endividamento dos consumidores. Ele mencionou que cerca de R$ 28 bilhões do total referente ao décimo terceiro salário serão destinados ao pagamento de dívidas neste final de ano, o que indica o grau de maturidade da população para administrar seu orçamento.
 
Regionalização – Outro fator que tem contribuído para o bom desempenho da economia brasileira, segundo o presidente da Fecomercio é o crescimento uniforme das economias das diversas regiões do País. Para ele, os bons resultados obtidos na região Nordeste, com a produção e exportação de bens agrícolas, e da pecuária no Centro-Oeste foram importantes para que o País alcançasse um desempenho mais homogêneo em todo o território nacional.
 
Para ACSP, alta será moderada
 
Aexpectativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para as vendas do varejo deste Natal é de crescimento moderado em comparação a igual data do ano passado. Para Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, "os números aferidos até o momento pela entidade mostram algum crescimento em dezembro deste ano na comparação com dezembro passado, mas essa expansão deve ficar na casa dos 3%".
 
Solimeo diz ainda que a elevação moderada que os dados da ACSP vêm revelando ao longo dos últimos meses foram corroborados pela recente divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que apontaram acomodação da economia brasileira.
 
Pondera-se, porém, que o crescimento esperado pelo economista-chefe da ACSP tem como referencial uma base forte. O Natal de 2010 foi considerado o melhor da década pelo varejo.
 
Já os shoppings estão mais otimistas.  A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) espera crescimento real de 6,5% na vendas deste Natal, na comparação com igual período do ano passado. Para Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, a expansão dos centros de compras pelo País faz com que as principais datas para as vendas no varejo reflitam anualmente em desempenhos positivos para o setor. "A confiança dos varejistas e consumidores aumenta a cada dia e resulta em investimentos cada vez mais consistentes para o setor", diz o presidente da Alshop.
 
De acordo com a entidade, para atrair os clientes, os 766 shoppings em atividade no País investiram R$ 450 milhões em decorações natalinas – 7% a mais do que no ano passado.
 
A Alshop informa ainda que o tíquete médio para o período varia entre R$ 85 e R$ 125 e que produtos com tecnologia embutida estarão entre os mais procurados.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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