O MAIOR PODER DE COMPRA PERMITIU O ACESSO DAS CLASSES C/D/E A PRODUTOS ANTES CONSIDERADOS SUPÉRFLUOS
Há quase dez anos teve início uma discussão global a respeito do consumo na base da pirâmide, época em que os professores Prahalad e Hammond escreveram um livro provocativo sobre o tema.
Pesquisas recentes no Brasil mostram que vários dos pontos por eles preconizados estão se concretizando.
Com a economia mais sólida, as classes C/D/E ganharam poder de compra disparando uma cadeia de efeitos positivos do ponto de vista de qualidade de vida e dos negócios. Isto criou um círculo virtuoso no mercado.
Como qualquer consumidor, as classes C/D/E possuem necessidades e desejos que, antes, não eram atendidos. O incremento no poder de compra permitiu o acesso das famílias a uma nova gama de produtos, de alimentação a entretenimento, antes considerados excessos ou supérfluos.
Passaram a realizar sonhos de consumo aspirados há anos e, por vezes, considerados impossíveis.
Essa acessibilidade alcançou o emocional desses consumidores, principalmente aqueles que ascenderam para o que ficou conhecido como a nova classe média.
As classes C/D/E chegam a representar quase 80% da população brasileira e 55% da renda agregada nacional, segundo dados do IBGE e da Pnad. Atentas às mudanças do hábito de consumo, as empresas perceberam oportunidades. Os estudos de marketing mostram que esses consumidores estão dispostos a pagar por qualidade e por marcas de prestígio.
Isso promoveu o desenvolvimento de canais de distribuição e produtos alinhados às necessidades desses consumidores.
As empresas descobriram que a demanda dessas classes passou a ser relevante e uma alternativa interessante de crescimento.
Com as oportunidades em mente, sociedade e empresas precisam estar atentas aos desafios de políticas e estratégias de negócios que serão necessárias no futuro para permitir que esse círculo continue virtuoso.
Veículo: Folha de S.Paulo