A inflação na cidade São Paulo subiu 0,75% na primeira quadrissemana de janeiro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado superou o de dezembro (0,61%) e ficou acima das estimativas coletadas pelo serviço AE Projeções, da Agência Estado, que oscilavam entre 0,59% e 0,72%.
O que impulsionou a inflação da primeira quadrissemana deste mês foi o comportamento dos preços dos alimentos. O grupo Alimentação subiu 1,86%, ante alta de 1,44% no fim de dezembro. A elevação desse grupo na primeira leitura de 2012 foi a mais expressiva desde a primeira quadrissemana de dezembro de 2010, quando ficou em 1,92%. "A principal fonte de surpresa foi mesmo a alimentação", disse o coordenador do IPC-Fipe, Rafael Costa Lima. Diante desse resultado, o economista elevou de 0,76% para 0,80% a projeção da inflação para este mês.
"Com exceção da parte de alimentação fora do domicílio, todos os outros subgrupos deste conjunto de preços se aceleraram entre o fim de dezembro e o começo de janeiro", observou Lima. Ele chamou a atenção para as altas de preços dos alimentos industrializados de dezembro para janeiro (de 0,98% para 1,20%) e dos semielaborados (de 2,55% para 2,95%). Os alimentos in natura, que ficaram 2,82% mais caros neste mês, não foram uma surpresa porque normalmente nesta época os preços sobem, afetados pelas chuvas.
Além dos alimentos, gastos com educação tiveram expressiva aceleração. De uma alta de 0,04% em dezembro, as despesas com educação subiram 0,92% na primeira quadrissema.
Difusão. Outro ponto que chamou a tenção no IPC-Fipe foi a difusão da inflação. Dos 468 itens pesquisados, 341 tiveram alta no período. O indicador de difusão do IPC-Fipe atingiu 72,86% dos itens, superando o resultado de dezembro (68,38%). Foi a maior marca desde a segunda quadrissemana de março de 2003 (75,81%).
Ontem a Fipe divulgou pela primeira vez o novo Índice Geral de Serviços, que subiu 0,60% na primeira quadrissemana de janeiro, superando o resultado de dezembro, de 0,46%. Em novembro de 2011 a alta havia sido de 0,65%.
Segundo Lima, o novo indicador é uma das grandes novidades geradas pela mais recente Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do instituto, que permitiu agrupar melhor os itens e trazer uma maior qualidade ao novo índice de serviços.
Com a renda ainda em alta, há uma tendência natural de demanda cada vez maior por serviços diversos por parte da população. E esse movimento é refletido diretamente na inflação como um todo.
Veículo: O Estado de S.Paulo