Grau de expansão da economia depende do crédito

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A projeção mais otimista para o quarto trimestre é de crescimento de 0,8% sobre o terceiro com ajuste sazonal, apontado pela RC Consultores e pela Tendências Consultoria Integrada. A Tendências prevê aumento na margem de 1% no terceiro trimestre e de 0,8% no quarto, podendo revisar esses índices para baixo. "A questão é qual será o impacto efetivo da crise sobre o crédito. Ainda não é possível saber se a escassez vista em outubro vai se manter ou se foi resultado atípico", diz a economista Marcela Prada. 

 

Fábio Silveira, da RC Consultores, prevê redução no ritmo de crescimento em todos os itens do PIB no quarto trimestre. Para ele, a formação bruta de capital fixo cresce 13% no terceiro trimestre (comparado a igual intervalo de 2007) e 10% no quarto trimestre. Também há redução no índice de consumo do governo (de 5% para 4,8%), consumo das famílias (de 6% para 5,5%), importações (de 16% para 13%) e exportações (de 3% para zero). Dessa forma, o crescimento do PIB no terceiro trimestre ficaria em 4,2%, com aumento marginal de 1%, e de 4% no último trimestre do ano, com ganho na margem de 0,8%. 

 

"A desaceleração é reflexo não só da crise externa, mas também dos juros mais elevados, do crescimento menor do crédito, da redução no ritmo de expansão da renda das famílias e da inflação mais alta no segundo e terceiro trimestres", elenca Silveira. As exportações em trajetória descendente, a redução do investimento estrangeiro e a queda das remessas de lucros e dividendos também colaboram para a piora do quadro, avalia Silveira. 

 

Ele calcula que o PIB crescerá 5% em 2008 e 2% no próximo ano, tendo 1% de 'herança estatística'. Uma das causas será a redução da taxa de incremento da massa real de rendimentos, de 7,4% neste ano para 1,5% em 2009. O adiamento de projetos de investimento provocará redução da formação bruta de capital fixo de 18,6% para 17,6%. O investimento estrangeiro cairá de US$ 38 bilhões para US$ 20 bilhões em 2009. A remessa de lucros e dividendos baixará de US$ 36 bilhões para US$ 22 bilhões, inibindo investimentos de multinacionais instaladas no país. O saldo de transações correntes ficaria negativo em US$ 31 bilhões, mesmo resultado previsto para 2008. (CB) 

 

Veículo: Valor Econômico


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