Brasil é o mais estável dos Brics, diz agência

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Segundo Standard & Poor's, solidez política e econômica cria condições melhores para enfrentar a crise global, mas, devido à baixa taxa de investimento, país é o que menos cresce entre os nove emergentes analisados

O Brasil é o país mais estável política e economicamente entre os Brics (grupo que reúne também China, Rússia. Índia e África do Sul) e outros quatro emergentes, mas, por outro lado, é o que menos cresce.

Essa é a conclusão de um estudo da agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) divulgado nesta semana, que comparou o Brasil também com Colômbia, México, Peru e Panamá.

Para o analista de crédito da agência Sebastian Briozzo, a grande vantagem do Brasil sobre esses demais países é a estabilidade e a transparência do seu sistema político.

Ele observa que o país passou em 2003 de um governo de centro (FHC) para um de centro-esquerda (Lula) sem mudanças significativas na política macroeconômica.

"Se as instituições políticas são fortes, é mais difícil ter uma virada no modelo econômico", observa.

Segundo ele, a solidez e a prudência da política econômica fortalecem as contas externas (ou seja, atrai dólares para cá) e possibilitam a diversificação da economia.

"Isso reduz a dependência externa, sustenta o crescimento e dá flexibilidade para suportar riscos advindos da crise global", afirma.

Esses aspectos positivos, no entanto, não são suficientes para alavancar o crescimento. Comparado aos demais países analisados, o Brasil é que tem as menores taxas de expansão.

Segundo Briozzo, como a maioria desses países é mais pobre que o Brasil, principalmente do ponto de vista de renda per capita, é natural que eles tenham espaço para crescer mais rápido.

Mas o principal fator que limita o crescimento do país, diz, é o baixo volume de investimentos. Entre os países analisados, o Brasil tem a menor taxa de investimento.

Após reduzir os investimentos no ano passado, o governo promete elevar esses gastos neste ano. A promessa é pouco compatível com outro objetivo: economizar o equivalente a 3,1% do PIB para pagar juros da dívida.

"O rigor fiscal é muito importante. O governo tem que aumentar os investimentos, mas controlar os outros gastos", afirma Briozzo.

Em novembro, a S&P elevou a nota de risco soberano do Brasil para BBB, indicando que o investimento no país ficou mais seguro.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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