Fiesp defende equilíbrio no comércio com a Argentina

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As restrições às importações adotadas pela Argentina no dia 1º de fevereiro levaram os brasileiros a discutir o comércio bilateral com os argentinos. Depois de se reunir com o embaixador argentino no Brasil, Luis Maria Kreckler, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que uma maneira de os brasileiros continuarem vendendo ao país vizinho é equilibrar a balança comercial entre os dois países.

Antes da reunião na sede da entidade, em São Paulo, membros da Fiesp haviam se encontrado com o governo argentino para discutir a implementação de licenças não automáticas de importação, que têm prazo máximo de 15 dias para serem liberadas e agora são obrigatórias para qualquer produto importado. Skaf disse que "o Brasil tem de adotar o caminho de comprar mais e não o de vender menos".

A intenção do governo argentino é restringir a entrada de importados para manter em 2012 o superávit de US$ 10,9 bilhões registrados na balança do ano passado. Como forma de equilibrar o comércio com a Argentina sem deixar de exportar - o Brasil teve superávit de US$ 5,8 bilhões em 2011 -, o país pode aumentar a importação de produtos dos setores naval, automotivo e, principalmente, autopeças.

"Todos os estaleiros vão trabalhar com capacidade total nos próximos anos. A Petrobras poderia construir navios em estaleiros argentinos, que estão ociosos. Marcamos reunião com as montadoras instaladas no Brasil para discutir as possibilidades de comprarem mais da Argentina", diz Skaf.

Em abril, a Fiesp organiza evento com a participação de representantes de empresas argentinas. A ideia é atrair investimentos brasileiros à Argentina, além de aumentar o volume de compras.

"Estamos querendo vender mais ao Brasil, e não criar dificuldades para os importados", afirmou o embaixador argentino. Os industriais brasileiros estão acompanhando as liberações e não registraram problemas até o momento. "Vamos aguardar até o começo de março para ver como vai funcionar a medida", afirma Skaf.


Veículo: Valor Econômico


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