Consumo no País movimenta R$ 1,3 tri

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As famílias que integram a classe C brasileira saíram da fase de subsistência para adquirir produtos considerados supérfluos. Com mais dinheiro no bolso, a população passou a comprar mais roupa, eletroeletrônicos e cigarro. Pesquisa Pyxis Consumo, do Ibope Inteligência, mostra que esse estrato social representa 52,4% dos domicílios.

Do R$ 1,3 trilhão de gastos previstos para este ano, aumento de 13,5% em relação ao ano passado, os domicílios da classe C vão responder por R$ 503,1 bilhões ou participação de 38,7% do total. Segundo o diretor de geonegócios do Ibope, Antônio Carlos Ruótolo, a sofisticação no consumo dessa classe é representado pela troca das TV antigas por novos modelos e a compra de aparelho de som, vídeo e celulares.

Os produtos considerados básicos têm a maior participação na cesta de compras dessas famílias. Os destaques são para cigarro, carnes e derivados, mercearia, cereal matinal e frutas, legumes e verduras. "Um indicador dessa sofisticação é a troca de marcas secundárias pelas líderes", diz. Ruótolo acrescenta que uma prova de que a classe C está com a massa salarial maior é a elevação do preço de serviços como cabeleireiro, pintor e pedreiro.

ASCENSÃO - A expectativa do diretor de geonegócios da empresa de pesquisa é que em três anos a família que hoje está na classe C1, com renda mensal de R$ 1.800, suba para a B2, cujos ganhos médios são de R$ 3.000. Para isso, é preciso que o PIB (Produto Interno Bruto) do País continue crescendo e a taxa de desemprego siga baixa. Ao ingressar nesse estrato o consumidor passará a gastar mais com ensino, cinema, informática, livros e produtos financeiros.

Enquanto as classes C, D e E estão focadas na aquisição de tabaco - 63% do consumo no Brasil estão nesses estratos -, alimentos e calçado infantil, a posse do automóvel pelas famílias de classe B eleva os gastos com a manutenção desse bem durável. É esse grupo que mais gasta com combustível (58,3%) e com serviços automotivos (53,8%).

RENDA- A classe A, que representa apenas 2,6% do número de domicílios, tem poder de consumo oito vezes superior à sua população. E a B tem potencial duas vezes superior, sinaliza o estudo. Na composição da renda da nova classe média, que detém 26,9% da massa salarial e é responsável por 38,7% do consumo, é considerada a renda indireta como vales-alimentação e combustível.

Ruótolo pontua que a renda familiar mensal considerada pelo estudo de consumo domiciliar é: R$ 12 mil para a classe A, R$ 5.000 para a B, R$ 1.600 para a C e abaixo de R$ 1.000 para a D e E. Integram a pesquisa 51 grupos de produtos e serviços. A principal fonte da Pyxis é a Pesquisa de Orçamento Familiar, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


Gasto per capita com alimento em SP chegará a R$ 2.365


Durante este ano, o desembolso per capita com alimento no Estado de São Paulo chegará a R$ 2.365,84. Estudo do Ibope Inteligência detalha que desse montante, R$ 1.439 serão com alimentação no domicílio, enquanto os R$ 926,84 restantes serão gastos fora do lar.

No grupo de produto bebida, os moradores deverão empregar R$ 130,77. E com fumo, a quantia média é de R$ 65,20, o terceiro maior do País, atrás do Rio Grande do Sul (R$ 72,59) e do Distrito Federal (R$ 67,54).

CULTURA - No Estado, a projeção é que as despesas com recreação e cultura atinjam média de R$ 189,11 por pessoa. No País, o Distrito Federal lidera, com R$ 279,65.

 
Região Norte tem o maior potencial de crescimento no País

 
O Norte do País, que abriga 8,4% da população e responderá por 5,2% do consumo, tem o maior potencial de crescimento estimado para este ano, 26,5%. "A quantidade de obras públicas e privadas em Manaus transformou a cidade em um verdadeiro canteiro de obras", pontua Antônio Carlos Ruótolo, da Ibope Inteligência.

Para a região Nordeste é estimado avanço de 24,1% no consumo. Os nove Estados têm 27,8% da população e participação de 15,7% no consumo. Em terceiro lugar figura o Sul, com 19,7% de crescimento previsto para 2012. Números do Ibope indicam que o território formado por três unidades federativas possui 14,3% da população e fatia de 16,4% do potencial de compras.

O consumo doméstico no Centro-Oeste deverá aumentar 19,4% neste ano. "Considerando que a região tem 7,4% da população e responderá por 9,1% do consumo, é uma área com forte vigor econômico", afirma Ruótolo. Por fim, o Sudeste, que detém a maior massa demográfica do País, 42%, e responde por 53,5% do consumo, tem perspectiva de crescimento de 6,5%.

CUSTO DE VIDA - Segundo o diretor de geonegócios da empresa de pesquisa, o Distrito Federal é a cidade que tem os maiores custos dos produtos e serviços no Brasil. Com o custo de vida maior, os preços dos produtos chegam a ser 17% mais caros.



Veículo: Diário do Grande ABC - SP


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