Consumo de famílias deve crescer 13,5 % este ano

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Estudo do Ibope revela que desembolso de famílias com cesta de 22 produtos e serviços pode chegar a R$ 1,3 trilhão, após ter crescido 10,5% em 2011


O consumo deve continuar a ser o motor da economia em 2012. A expectativa é de que os brasileiros gastem neste ano R$ 1,3 trilhão com uma cesta de 21 famílias de produtos e serviços que representam 30% do Produto Interno Bruto (PIB). A cifra é 13,5% maior que a obtida em 2011, segundo as projeções feitas com base no banco de dados Pyxis Consumo, do Ibope Inteligência. Em 2011, o crescimento do consumo foi de 10,5%.

O pano de fundo para sustentar esse ritmo acelerado de crescimento, diz o diretor do Ibope Inteligência, Antônio Carlos Ruótolo, é a manutenção do pleno emprego, os ganhos de renda e a ascensão da população para a classe C, a nova classe média. Ele diz que este último fator já teve mais importância na ida dos brasileiros às compras e hoje a confiança na manutenção do emprego e a alta na renda pesam mais.

"A próxima revolução do consumo deve ocorrer dentro de dois a três anos, quando a classe C ascender para a classe B", prevê o especialista. Ele explica que as projeções atuais foram feitas usando dados primários de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualizados com informações de empresas e outras bases de dados, como análises setoriais.

Cigarros. A radiografia do consumo exibida pela pesquisa revela dados surpreendentes. A classe C, por exemplo, com renda média familiar de R$ 1.570, segundo critérios da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), responde pela metade das vendas de cigarros de todo o território nacional.

Entre os dez grupos de produtos e serviços mais importantes para o consumo dessas famílias, nove são de itens básicos, carnes e derivados, produtos de mercearia, matinais e outros alimentos. Apenas a compra de telefones celulares está fora desse rol. "Isso mostra que a classe C não está consumindo produtos sofisticados", ressalta Ruótulo.

Já a classe A, com renda média mensal familiar de R$ 10,4 mil, compra um de cada quatro automóveis vendidos no País e consome 25,7% dos produtos financeiros, que incluem financiamentos, previdência e seguros.

De acordo com a pesquisa, quase 60% das compras de combustíveis e de produtos ligados à educação são feitas pela classe B, que tem renda média de R$ 3,8 mil. Também o gasto com produtos financeiros desse estrato social é significativo. Essa classe responde pela metade do desembolso com serviços financeiros no País, que inclui juros de financiamentos, por exemplo.

Motor. Outro indicador de consumo, o Índice de Poder de Compra, calculado pela Tendências Consultoria Integrada, aponta para a mesma direção do estudo do Ibope Inteligência. Isto é, o indicador aponta um aumento de 5,2% neste ano.

Trata-se de uma taxa de crescimento ligeiramente acima da projeção feita para a massa de renda efetivamente recebida pelo trabalho, medida pelo IBGE, projetada para este ano em 4,8%. A projeção do Índice de Poder de Compra também supera a estimativa para o crescimento do PIB em 2012, que é de 3,2%. Em outros anos, o consumo já cresceu acima do PIB, lembra Ruótulo, do Ibope Inteligência.


Veículo: O Estado de S.Paulo


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