Gaúchos estão menos dispostos às compras, aponta Fecomércio

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As percepções otimistas com relação ao mercado de trabalho sustentaram o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), em 119,4 pontos durante o mês de fevereiro. A avaliação foi feita por Lucas Schifino, assessor econômico da Fecomércio-RS, que calcula o indicador no Estado. Ele explica que, embora o índice atual seja 7,4% menor que o apurado em fevereiro de 2011, é 4,9% superior ao verificado em janeiro.

“A queda no indicador com relação ao ano passado é natural, já que 2011 começou com crescimento econômico forte e desacelerou a partir do segundo semestre. Nesse ano, esperamos um caminho inverso, com uma retomada da economia ao longo de 2012”, comentou ele, ao apontar que os números podem mostrar uma tendência de recuperação mais acelerada da economia que ainda não pode ser confirmada. “Dado o mercado local, onde a taxa de desemprego de Porto Alegre comumente está entre as mais baixas do País, podemos entender os resultados como positivos, mas dado o caráter do índice é preciso aguardar outros indicadores econômicos para fazer uma projeção mais exata do ritmo de crescimento”, ponderou.

A análise dos resultados com relação à renda familiar dos pesquisados mostra que a elevação do ICF entre janeiro e fevereiro foi puxada pelas famílias com renda até dez salários-mínimos, para as quais o indicador saiu de 108,6 pontos em janeiro para 116,1 pontos em fevereiro (6,9%). Em oposição, para as famílias com renda superior a dez salários-mínimos, a confiança apresentou queda, passando de 135,3 pontos em janeiro para 132,6 pontos em fevereiro (-2,0%).

De modo geral, o crescimento de 4,9% frente ao mês anterior foi ocasionado pela melhora da confiança dos entrevistados com relação ao mercado de trabalho. A segurança com relação ao emprego atual atingiu 139,4 pontos, o que é 3,9% mais que em janeiro e 1,6% menos do que foi em fevereiro do ano passado. A elevação ocorreu, sobretudo, para as famílias com rendimento inferior a dez salários-mínimos (5,2%), enquanto as de renda superior demostraram confiança 1,7% menor. “Apesar disso, as famílias com renda superior, para quem o indicador registrou 147,9 pontos, mantêm-se mais confiantes em relação a seu emprego atual”, afirma o relatório.

O indicador de perspectiva profissional seguiu o mesmo padrão e apresentou elevação de 23,5% com relação ao mês de janeiro. O subíndice alcançou 115,2 pontos, ainda abaixo do patamar alcançado em fevereiro de 2011 (122,3 pontos), mas com elevação suficiente para deixar o campo do pessimismo (abaixo de 100 pontos, de acordo com a metodologia da pesquisa), onde se encontrava há dois meses. Tanto famílias com alta renda (118,2 pontos), quanto famílias com renda de até dez salários-mínimos (114,4 pontos) estão confiantes. A renda atual também foi motivo de otimismo em fevereiro. O indicador cresceu 17,7% no mês e atingiu 129,5 pontos, após três meses de queda.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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