Calote deve barrar queda de juro no varejo

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Inadimplência de consumidores deve continuar elevada pelo menos até maio, de acordo com especialistas

Corte de taxas nas redes varejistas ainda está em estudo e depende de como os bancos privados vão atuar

A inadimplência mais elevada deve segurar a queda de juros no varejo. O movimento de corte de juros iniciado pelos bancos públicos e que pode se estender aos do setor privado não deve ser tão intenso nas redes de varejo.

A avaliação é de especialistas e de representantes de redes de eletrodomésticos e móveis consultados pela reportagem da Folha.

Os atrasos no pagamento superiores a 90 dias passaram de 5,8% do total das vendas feitas pelo varejo em fevereiro de 2011 para 7,6% no mesmo mês deste ano, segundo o Banco Central.

No mesmo período, os juros médios ao consumidor passaram de 43,8% para 45,4% ao ano.

"A inadimplência é um aspecto que inibe a redução dos juros na ponta ao consumidor", afirma Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e do Mercado de Consumo (Ibevar).

Na avaliação de Felisoni até maio a inadimplência deve crescer para, a partir de junho, começar a cair gradualmente. "Houve um aumento significativo da parcela do orçamento das famílias comprometida com dívidas", diz.

Em janeiro de 2005, essa parcela era de 15,6% do orçamento. Em dezembro do ano passado, chegou a 22,3%.

EM ESTUDO

Algumas redes consultadas pela Folha já estudavam a diminuição de juros em seus financiamentos. Mas os percentuais dependiam ainda do aval das financeiras que prestavam serviço às varejistas.

Fernando de Castro, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), já havia dito na semana passada que o "tamanho" do impacto dos juros menores no varejo vai depender ainda de dois fatores. Primeiro, se os bancos do setor privado também reduzirão de fato seus juros. Segundo, se o varejo terá acesso a recursos com juros menores para também financiar as vendas a seus consumidores.


Veículo: Folha de S.Paulo


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