Confiança do varejo sobe sobre 2011, mas cai em março

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Dois índices que medem a confiança do setor de varejo, divulgados ontem, apresentam resultados diferentes na comparação com 2011 e no curto prazo. Enquanto uma pesquisa mostra uma confiança superior a do ano passado, a outra indica um otimismo menor em março do que em fevereiro.

O Índice de Confiança do Comércio (Icom), da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que os varejistas ficaram mais otimistas no trimestre encerrado em março. A média do indicador no trimestre ficou em 124,6 pontos, 4,3% inferior à registrada no mesmo intervalo em 2011, de 130,2 pontos. No trimestre encerrado em fevereiro, a média tinha sido pior. Havia marcado queda de 6,4% na mesma base de comparação.

A outra pesquisa, feita pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), referente apenas ao mês de março, aponta que a confiança do empresário paulistano do varejo caiu 2,3% entre fevereiro e março, ao passar de 121,1 pontos para 118,3 pontos no período.

De acordo com a FGV, a tendência de recuperação da confiança do setor varejista foi observada em 11 dos 17 segmentos pesquisados. Em cinco deles houve piora e em um segmento o resultado de março ficou estável em relação a fevereiro. No varejo restrito, houve melhora em cinco de nove segmentos pesquisados, no varejo ampliado, em oito dos 13 segmentos, e no atacado, houve melhora em três dos quatro segmentos.

O aumento da confiança em março foi influenciado principalmente pela melhora da percepção em relação à demanda no presente momento, nota a FGV. O Índice da Situação Atual (Isacom) médio do trimestre terminado em março ficou 4,1% inferior ao do mesmo período do ano anterior. Em fevereiro, a variação havia registrado queda de 7,9% na mesma base de comparação. Na média do trimestre, 19,4% das empresas consultadas avaliaram o nível atual de demanda como forte e 24%, como fraca. No mesmo período de 2011, esses percentuais haviam sido de 19,6% e 20,1%, respectivamente.

Entre fevereiro e março, as expectativas em relação aos meses seguintes também melhoraram. Na comparação com o ano passado, o Indicador Trimestral do Índice de Expectativas (IE-com) passou de -5,3% para -4,5% no período.

Dos quesitos integrantes do índice, a tendência dos negócios nos seis meses seguintes exerceu a maior influência na redução da média trimestral entre março de 2011 e de 2012, ao passar de 163,7 para 155,4 pontos. Entre as empresas sondadas, 60,3% esperam melhora, e 4,9%, piora da situação dos negócios, diante de 69,4% e 2,8%, respectivamente, no trimestre findo em março de 2011.

Já a Fecomercio-SP afirma que o recuo do otimismo do empresário do varejo em março foi causado principalmente pelo índice de condições atuais, que entrou na zona do pessimismo ao marcar 93,1 pontos em março, uma retração de 9,7% sobre fevereiro. Para os economistas da entidade, esse índice foi afetado pela sazonalidade de baixa de início de ano, período em que as vendas são mais fracas do que as médias mensais.

O índice de investimento do empresário do comércio recuou 0,6% na passagem de fevereiro para março, alcançando 106,4 pontos, segunda retração consecutiva. Segundo a entidade, o movimento sinaliza menos ímpeto por novos investimentos e "merece atenção especial, pois o sentimento negativo em relação aos investimentos gera externalidades negativas na economia como um todo".

Na contramão dos outros indicadores que compõem a confiança do empresário do comércio, o índice de expectativa subiu 1,4% entre fevereiro e março, passando para 155,3 pontos, com alta em todos os quesitos pesquisados, trajetória que, de acordo com a Fecomercio, indica que o nível de atividade econômica pode se recuperar no médio prazo.


Veículo: Valor Econômico


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