Elevação da renda e do emprego contribui para a redução da inadimplência.
Tanto o número de registros junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) quanto o de cancelamentos aumentaram em março, na comparação com fevereiro. A alta dos cancelamentos, movimento que indica esforço do consumidor para regularizar seus débitos, foi de 8,56% no período. Já o salto de novos registros foi de 8,8% em idêntico intervalo.
Segundo a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Ana Paula Bastos, a expansão dos cancelamentos é explicada pelo cenário econômico favorável e pela proximidade do Dia das Mães. Ela diz que as datas comemorativas incentivam o consumidor a quitar suas dívidas e, conseqüentemente, a restabelecer o crédito.
Na comparação com o mesmo mês de 2011, os cancelamentos avançaram 12,66% em março. No acumulado do ano, o salto foi de 6,53%.
A economista da CDL-BH acrescenta que a conjuntura atual de queda de juros, elevação da renda e do emprego, contribui para a redução da inadimplência. Ainda conforme ela, é esperado que o momento atual contribua para que o número de pessoas que se preocupa em limpar o nome no SPC aumente no atual exercício.
Em março, a maioria dos cancelamentos foi realizada por homens (50,53%). Quanto à idade, a maior parte dos consumidores que retiraram o nome do SPC (22,89%) tem entre 50 e 64 anos. Em seguida, aparecem os compradores com faixa etária entre 40 e 49 anos (21,63%) e acima de 65 anos (13,72%).
Já em relação ao tempo de inadimplência, em março 14,5% dos consumidores ficaram com o nome sujo por até 13 dias, seguido por 30 dias (11,35%), até 60 dias (12,25%) e até 90 dias (3%).
Faixas - Considerando as faixas de valor, o calote foi mais comum nas dívidas acima de R$ 250 (52,88%), acima de R$ 500 (31,95%) e entre R$ 100 e R$ 249,99 (30,60%). Ana Paula Bastos atribui esses resultados às facilidades de pagamento em conseqüência da expansão do crédito e das baixas taxas de juros, o que impulsiona, sobretudo, o consumo de produtos de alto valor agregado pela classe C. Além disso, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para itens da linha branca contribuiu para um aquecimento do consumo e pode ter pesado na inadimplência.
Quanto aos registros, a economista afirma que o crescimento de 8,8% ante fevereiro é justificado pela base de comparação fraca. "Devido ao Carnaval, as pessoas destinam maiores recursos para viagens no segundo mês do ano, o que pode comprometer o orçamento e aumentar a inadimplência em março", justifica.
Em relação a idêntico período do ano anterior, o número de registros contabilizados em março caiu 2,02%. Já no acumulado do ano, a queda foi de 3,96%.
Veículo: Diário do Comércio - MG