Caixa prepara nova redução de taxas

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Banco vai cortar taxas de administração e reduzir valor mínimo de aplicação em fundos para governo adiar mudanças na poupança


A Caixa Econômica Federal reduzirá as taxas de administração e o valor mínimo de aplicação de mais fundos de investimento, de acordo com fontes da instituição. A medida faz parte da nova ofensiva do governo no setor bancário, que tem como objetivo aumentar a rentabilidade dos fundos de investimento e adiar a necessidade de mudanças na caderneta de poupança.

Na semana passada, já foram reduzidas as taxas de dois fundos na Caixa. O banco também criou outros dois produtos que oferecem custo mais baixo para clientes que recebem salário pela instituição.

O banco decidiu anunciar as mudanças gradualmente, e não todas de uma só vez, para analisar o impacto de cada alteração e a reação do mercado. Uma segunda etapa de redução de taxas e valor mínimo de aplicação deve ser anunciada em breve, de acordo com a fonte do banco estatal.

Na primeira etapa, a instituição buscou oferecer produtos mais competitivos para todas as faixas de renda e aplicação.

A taxa do fundo de renda fixa Caixa Azul, que permite aplicação inicial a partir de R$ 50, por exemplo, caiu de 3% para 1,5% ao ano.

Uma redução desse porte é suficiente para compensar a perda que esses investidores teriam com a queda dos juros do nível atual, de 9%, para até 7,5% ao ano. Em outro fundo, a Caixa reduziu a aplicação inicial mínima e a taxa. Cobra agora 1,4% sobre investimentos a partir de R$ 100.

Fundo. Para aplicação acima de R$ 1.000, o banco criou um fundo com taxa de 1% ao ano. Já o público de alta renda terá taxa de 0,7% ao ano para aplicação a partir de R$ 20 mil.

Antes, porcentual tão baixo só era ofertado para quem tinha mais de R$ 250 mil. Nesses dois últimos casos, as taxas menores são apenas para quem recebe salário pelo banco.

Outra instituição estatal, o Banco do Brasil, também analisa mudanças em seus fundos de investimento. Ontem, a instituição disse que continua avaliando isso, mas que ainda não tomou nenhuma decisão.

Projeto. Enquanto o governo ainda se divide em relação a quando e como mexer nas regras da caderneta de poupança, tramita na Câmara dos Deputados uma proposta para reduzir o rendimento de parte dessas aplicações, de autoria do deputado Sibá Machado (PT/AC).

O projeto estabelece remuneração diferenciada para cadernetas com saldo superior a R$ 50 mil. Nesses casos, em vez do rendimento de 0,5% ao mês mais TR, a aplicação seria corrigida por um porcentual de 80% da taxa básica de juros.

O projeto será analisado em caráter conclusivo em duas comissões da Câmara dos Deputados, o que significa que pode ser aprovado e seguir diretamente para o Senado, caso haja acordo entre os partidos.

Machado disse que espera aprovar a proposta antes das eleições. O projeto é similar aos apresentados pelo Ministério da Fazenda em 2009, quando os juros estavam em 8,75% ao ano.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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