Custo da cesta básica teve elevação em 15 de 17 cidades

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A cesta básica ficou mais cara na maioria das cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em maio. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada ontem, houve alta de preço em 15 das 17 capitais, com destaque para o avanço de 7,12% no Recife. Em Fortaleza, o valor dos alimentos de primeira necessidade subiu 6,91%, seguida por Salvador (4,74%), Goiânia (4,69%) e João Pessoa (4,14%). Houve retração de preços em apenas duas capitais: Florianópolis (-1,01%) e Brasília (-0,90%).

No acumulado do ano até maio, contudo, cinco das capitais pesquisadas registram variação negativa no preço da cesta básica, ante seis em igual intervalo até abril. As maiores quedas do período são vistas em Florianópolis (-2,72%), Porto Alegre (-1,59%) e Vitória (-1,54%). Em contrapartida, as maiores elevações estão no Recife (11,08%) e João Pessoa (10,64%). Em São Paulo, a cesta básica tem variação positiva de 2,32%.

No acumulado dos últimos 12 meses até maio, as 17 capitais pesquisadas apresentam alta no preço da cesta básica. Os maiores aumentos no período foram apurados no Recife (15,54%), João Pessoa (12,87%), Salvador (12,77%) e Manaus (11,13%). As menores altas acumuladas estão em Florianópolis (0,07%) e Rio de Janeiro (0,19%).

O Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.


Ranking - São Paulo permaneceu no topo do ranking das capitais com a cesta básica mais cara do país em maio. Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada ontem pelo Dieese, o preço da cesta na capital paulista avançou 2,32% ante abril, para R$ 283,69, o maior valor apurado entre as 17 cidades pesquisadas pelo Dieese. Nos cinco primeiros meses de 2012, a variação da cesta paulistana também é de 2,32% e, nos últimos 12 meses até maio, a alta acumulada é de 3,92%.

Em maio, Porto Alegre deu lugar a Manaus na segunda posição no ranking das cestas mais caras do país. No mês passado, o preço dos produtos alimentícios básicos na capital do Amazonas atingiu, em média, R$ 272,86, o que representou alta de 2,12% em relação ao registrado em abril. Na seqüência, aparece a capital gaúcha, cuja cesta básica teve alta de 1,62%, com preço médio de R$ 272,45.

Em contrapartida, entre as capitais com a cesta básica mais barata, o primeiro lugar é ocupado por Aracaju, onde a cesta em maio, em média, custava R$ 199,26, com avanço de 3,50% ante abril. A segunda cesta com preço mais baixo é a de João Pessoa, a R$ 225,94, com elevação de 4,14% em relação a abril.

De acordo com o Dieese, em São Paulo apenas dois dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram redução nos preços em maio ante abril: café em pó (-1,11%) e manteiga (-0,77%). O preço do pão francês ficou estável.

Em sentido oposto, os aumentos foram verificados em tomate (12,36%), batata (8,51%), óleo de soja (6,90%), feijão carioquinha (6,24%), arroz agulhinha (3,65%), farinha de trigo (2,27%), açúcar refinado (1,90%), banana nanica (0,76%), leite in natura integral (0,43%) e carne bovina de primeira (0,25%).


Salário mínimo - O salário mínimo do trabalhador no país deveria ter sido de R$ 2.383,28 em maio a fim de suprir as necessidades básicas das famílias brasileiras, como constata a pesquisa do Dieese.

Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 283,69 em São Paulo, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 3,83 vezes maior do que o piso vigente no Brasil, de R$ 622,00.

O valor estimado pelo Dieese em maio é maior do que o apurado para abril, quando o mínimo necessário foi calculado em R$ 2 329,35 ou 3,74 vezes o mínimo atual. Há um ano, o salário mínimo necessário para suprir as necessidades dos brasileiros era de R$ 2.293,31, o equivalente a 4,21 vezes o mínimo em vigor naquele período, de R$ 545,00.

A instituição também informou que o tempo médio de trabalho necessário para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, em maio deste ano, o conjunto de bens essenciais aumentou na comparação com o mês anterior, mas caiu significativamente em relação a igual período de 2011.

Na média das 17 cidades pesquisas pelo Dieese, o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou em maio cumprir uma jornada de 88 horas e 21 minutos, enquanto o tempo exigido em abril era de 85 horas e 53 minutos para realizar a mesma compra. Já em maio de 2011, a mesma compra necessitava de 95 horas e 16 minutos.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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