Juro menor é gasto maior no comércio

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Famílias dispõem de mais R$ 5 bi a cada ponto a menos na taxa

Do ponto de vista do comércio, a possibilidade de o Brasil tornar- se um país de juros baixos tem importância vital, pois, cada ponto porcentual a menos nas taxas pode significar milhões de reais a mais em gastos para as famílias brasileiras. Nas contas da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a redução de um ponto na média do juro cobrado do consumidor equivale à disponibilidade de mais R$ 5 bilhões por ano para serem gastos pelas famílias brasileiras.

 Segundo Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP, uma redução de dez pontos no custo médio do juro para pessoa física poderia trazer para o comércio a injeção de cerca de R$ 45 bilhões em um ano — o equivalente a cerca de 5% de tudo o que o setor faturou em 2011. E essa economia vale também para o governo. A cada ponto percentual reduzido na Selic, o país deixa de gastar cerca de R$ 11 bilhões. “Mas o movimento de queda do juro na ponta do consumidor não acompanhou a redução da taxa básica”, afirma Carvalho. “Neste momento, a sensibilização do sistema financeiro é fundamental para o Brasil conseguir manter o consumo em alta”.

Nesse aspecto, Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), destaca que “o governo também tem elementos que o permitem atuar nesse aspecto. Pode, por exemplo, mexer no compulsório ou no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)”.

Sem essa modificação expressiva das taxas na ponta do consumo, na previsão do diretor executivo de Estudos Financeiros da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, o efeito da redução da taxa básica de juros, em 0,5 ponto percentual, será pequeno nas operações de crédito para o consumidor. De acordo com a Anefac, enquanto a Selic está em 8,5% ao ano, as taxas de juros cobradas dos consumidores devem ficar em 106,09% ao ano na média. Oliveira explica que isso ocorre porque na taxa de juros cobrada dos consumidores existem alguns custos embutidos, como impostos e depósitos compulsórios, despesas administrativas das instituições financeiras, o custo do risco — uma vez que parte dos clientes pode dar o calote —, sem contar que os bancos também incluem na taxa o lucro que vão receber por emprestar o dinheiro.

 De maneira geral, contudo, os empresários do comércio veem a decisão da queda do juro como algo positivo. “É um passo histórico, que vem carregado de um aspecto psicológico importante. O Jânio Quadros já dizia que ‘governar é dar sinais’, e este governo está dando um sinal importante com essa decisão de baixar o juro”, diz Rogério Amato. “Mas sinaliza medidas mais preventivas do que estruturais”, pondera.

 

Veículo: Brasil Econômico


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