Consumo das famílias ajudou comércio a avançar, aponta IBGE

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A recuperação econômica da crise enfrentada em 2008, impulsionada pelo consumo das famílias, ajudou as vendas do comércio brasileiro em 2010, confirmou a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2010. O estudo foi divulgado ontem (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A receita líquida de revenda do comércio - incluindo atacadista, varejista e de veículos e peças - teve crescimento real de 14,2% de 2009 para 2010, alcançando um nível acima do verificado em 2007.

Em 2010, o País tinha 1.526 empresas comerciais, que geraram uma receita operacional líquida de R$ 1,9 trilhão e empregaram 9,4 milhões de pessoas. "Em 2010, o comércio cresceu mais do que vinha crescendo antes da crise", diz Juliana Paiva, gerente de análise do IBGE. "E quem puxou o crescimento foi o varejo", completa.

Nesse ano, o comércio pagou R$ 112,4 bilhões em salários. "O destaque é a representatividade do varejo no pessoal ocupado: mais de 60% dos trabalhadores do comércio", comenta Juliana.

A pesquisa aponta que as 50 mil empresas com 20 ou mais pessoas empregadas, 3,3% do universo da pesquisa, garantiram 73,4% do total da receita operacional líquida, alcançando R$ 1,4 trilhão. Essas companhias ocuparam 3,9 milhões de pessoas, cerca de 42,2% do total, e pagaram R$ 64,1 bilhões em salários no ano inteiro, o equivalente a 57,0% da quantia paga pelo comércio.

As 152.290 empresas do comércio de veículos automotores, peças e motocicletas totalizaram R$ 280,8 bilhões de receita (10% do total do comércio), empregaram 887.306 pessoas (9,5%) e pagaram uma massa salarial de R$ 13 bilhões (11,5%).

O varejo, com 1,2 milhão de empresas, o equivalente a 78,9% do total da pesquisa, registrou R$ 789,3 bilhões de receita operacional líquida, cerca de 42,5% do montante total. As atividades do segmento ocuparam 6,888 milhões de pessoas, 73,6% da força de trabalho de todo o comércio. O setor pagou R$ 70,1 bilhões de massa salarial (62,4% do total).

Já no comércio atacadista, as 169 mil empresas (11,1% de todo o comércio) geraram R$ 788,4 bilhões de receita operacional líquida (42,4%). O segmento empregou 1,583 milhão de pessoas (16,9%) e pagou R$ 29,3 bilhões em massa salarial, retiradas e outras remunerações (26,1%).

Hipermercados e supermercados e combustíveis e lubrificantes, juntos, geraram 42,8% da receita do comércio varejista em 2010. A primeira, com 12.140 empresas, 1% do comércio varejista, gerou R$ 193,3 bilhões de receita líquida de revenda, ocupou um milhão de pessoas e despendeu R$ 11,7 bilhões. A segunda teve receita de R$ 139,8 bilhões através de 29.500 companhias, que pagaram R$ 4 bilhões em massa salarial e ocuparam 350,5 mil trabalhadores.

O comércio de tecidos, artigos de vestuário e calçados ocupou o maior número de pessoas, 1,3 milhão, e pagou R$ 11,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.


Veículo: DCI


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