Compras por impulso têm crescimento na Capital

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A falta de planejamento na hora de ir às compras é um dos principais vilões do orçamento familiar. Pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) indica que o número de pessoas que afirmaram comprar por impulso cresceu, em junho, 3,3 pontos percentuais, na comparação com o mês imediatamente anterior, passando de 56% para 59,3%. Em contrapartida, a parcela que busca organizar os gastos caiu de 88% em maio para 84,2% no mês passado.

O aumento das compras por impulso, conforme o supervisor de pesquisa da Fecomércio Minas, Eduardo Dias, se justifica por este ser um período de entressafra, ou seja, sem datas comemorativas responsáveis por ampliar a receita do varejo. "Para atrair o consumidor e manter os negócios em alta, os empresários investem em promoções e decorações mais chamativas, o que tornam as vitrines mais irresistíveis", explica.

O cartão de crédito é o principal compromisso financeiro dos entrevistados pela entidade, com 61,1% das respostas, seguido pelo cheque pré-datado (8,2%) e cheque especial (5,8%). O comprometimento da renda via "dinheiro de plástico" aumentou em relação ao quinto mês do ano, quando o índice ficou em 57,6%. A maior parte, 75,3%, afirma preferir o parcelamento ao pagamento à vista, o que implica em um comprometimento da renda por um período mais extenso.

Dias acrescenta que o consumidor deve evitar parcelar a compra em mais de três meses. "Dividir em 10, 12 vezes, é perigoso, pois os débitos podem se acumular e a chance de o consumidor não conseguir quitá-los aumenta. O ideal é comprometer, no máximo, 30% da renda mensal no cartão", aconselha. O estudo mostra, ainda, que o cartão de crédito é empregado, principalmente, na compra de roupas (36,8%), supermercados (23,3%) e eletrônicos e eletrodomésticos (13,9%).

A fim de evitar que os índices de endividamento e inadimplência avancem, o que pode desaquecer as vendas devido à diminuição do poder de compra da população, os estabelecimentos comerciais também podem fazer sua parte. Uma das ações poderia ser a concessão de descontos, para pagamento à vista. Quase a unanimidade, 96,1%, disse que optaria pelo débito ou dinheiro, caso os preços fossem reduzidos no ato da venda.

Supérfluos - Em períodos que o mês acaba sendo maior que o salário, a saída, para 38,8%, é evitar a aquisição de supérfluos. Outra opção, citada por 16,9%, é a realização de serviços extras, enquanto 15,6% resgatam economias aplicadas nas cadernetas de poupança. Deixar de cumprir os compromissos financeiros foi a quarta alternativa mais citada, com 13,9% das respostas.

Já entre os que conseguem evitar que o valor das despesas supere os investimentos, prefere empregar o montante excedente em atividades de lazer (34,5%), aplicação na caderneta de poupança (33,6%) ou esperar para adquirir algum bem de consumo de maior valor (8,4%).

Em relação às despesas correntes, aquelas essenciais à rotina e que, por isso, não podem ser excluídas do orçamento, a tarifa de água se manteve como prioridade, 33% em junho, quase sete pontos percentuais acima de maio, 26,1%. Em seguida, aparecem alimentação e supermercados, 24,9% e, na seqüência, foi citado energia elétrica (16,3%) e telefonia fixa (7%).

A Fecomércio Minas entrevistou 400 consumidores, entre os dias 27 e 29 de junho, em diferentes regiões de Belo Horizonte e que freqüentemente recorrem ao varejo da Capital para sanar suas necessidades de consumo. A margem de erro é de cinco pontos percentuais.


Veículo: Diário do Comércio - MG






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