Embora o endividamento das famílias brasileiras tenha aumentado no mês de outubro, elas têm encarado algumas linhas de financiamento como investimento, o que levou o percentual das que se consideram muito endividadas para o mais baixo patamar já verificado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O total de famílias endividadas subiu de 58,9% em setembro para 59,2% em outubro. No período, a fatia que se declarou muito endividada caiu de 12% para 11,7%. A série histórica da pesquisa teve início em janeiro de 2010. "Os consumidores voltaram a se endividar, voltaram a comprar bens duráveis, fazer financiamento de casa e de carro. Mas eles não se consideram muito endividados por isso", afirmou Marianne Hanson, economista da CNC.
Marianne lembrou que o perfil da dívida do brasileiro está mudando. As famílias estão se comprometendo mais com financiamentos de longo prazo, como aquisição de imóveis e automóveis - aquisição que consideram investimento, não apenas dívidas. Outro fato é que boa parte da população economicamente ativa já havia aproveitado a baixa dos preços de produtos como os itens de linha branca - como geladeiras e afins- anteriormente. Sendo assim, os financiamentos de médio prazo têm sido menos procurados por essa parcela da população.
Cartão de crédito
Em outubro, o cartão de crédito continua a liderar o ranking dos principais tipos de dívida, citado por 74,2% dos entrevistados pela CNC. Mas os financiamentos de carro e de casa ganharam espaço na procura dos mesmos no último ano. Neste mês, financiamento de automóvel foi citado por 13,6% dos entrevistados, contra uma fatia de 9,5% registrada no mesmo mês do ano passado.
Veículo: DCI