Prévia da inflação oficial surpreende e sobe para 0,65%

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Resultado do IPCA-15 levou analistas a revisarem suas projeções para o mês; já a prévia do IGP-M mostrou menor pressão no atacado


A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), acelerou para 0,65% em outubro, ante 0,48% em setembro. O resultado ficou no teto das previsões dos economistas consultados pelo AE Projeções. Como consequência, analistas já revisaram para cima suas previsões para o IPCA fechado deste mês. A expectativa é que o índice seja de 0,60%.

Para novembro e dezembro, entretanto, a perspectiva é de desaceleração, reflexo da queda dos preços já observada nos índices do atacado, que em breve deve alcançar os preços para o consumidor. A segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), da FGV, também divulgada ontem, inclui a variação de preços no atacado além do varejo e captou uma perda de ritmo expressiva da inflação na passagem de setembro para outubro, de 0,84% para 0,15%.

A previsão da FGV é de desaceleração dos preços no varejo a partir do próximo mês. "A desaceleração do IGP-M antecipa uma mudança no movimento da inflação medida pelo IPCA. As condições dos preços para o consumidor não vão mudar prontamente em outubro. O IPCA deve repercutir apenas a partir do fim de novembro a desaceleração que o IGP-M antecipa", previu o economista da FGV André Braz.

Em outubro, o avanço dos preços dos alimentos, de 1,56%, foi o que mais contribuiu para que o IPCA-15 viesse acima do esperado. O grupo respondeu sozinho por 57% da formação do índice. Os preços de vários produtos alimentícios ficaram mais caros, com destaque para as carnes (2,92%) e o arroz (11,91%).

Também houve influência do grupo habitação, com alta de 0,72%, tendo como principal impacto a alta da tarifa de energia elétrica, que passou de uma queda de 0,05% em setembro para alta de 0,67% neste mês.

Pelos cálculos do banco ABC Brasil, em outubro o IPCA-15 em 12 meses, de 5,56%, alcançou o maior avanço dos últimos sete meses. Enquanto, no ano, a inflação acumula alta de 4,49%.

Desaceleração. No atacado do IGP-M, a desaceleração foi localizada nos preços ao produtor, que passou de 1,11% para 0,01%. Neste caso, a grande contribuição partiu das matérias-primas, cujos preços caíram 1,12% no período. A soja, isoladamente, apresentou taxa negativa de 5,56%, após subir 4,56% na segunda prévia do IGP-M de setembro.

A consultoria Rosenberg & Advogados projeta desaceleração do IPCA em novembro para o patamar de 0,50%. Movimento semelhante é aguardado pela Concórdia Corretora, que enxerga uma pressão ainda vinda do grupo alimentação - por causa da entressafra do arroz e da escassez de itens sensíveis ao clima, como o feijão, a cebola e a batata -, mas prevê um alívio nas despesas com habitação.

Para o analista da consultoria Tendências Thiago Curado, os preços dos serviços, da alimentação fora de casa, do aluguel e de vestuários continuarão pressionando a inflação nos próximos quatro meses. Esses itens devem funcionar como um contraponto à queda dos preços dos produtos agrícolas, em sua opinião.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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