Dívidas reduzem fatia do 13º salário destinada a presentes

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O elevado endividamento das famílias ampliou ainda mais o uso do 13º salário para pagamento de dívidas em 2012 e reduziu o potencial de consumo. Neste ano, há menos consumidores que pretendem gastar mais nas compras de Natal, ao mesmo tempo em que cresce o número daqueles dispostos a desembolsar cifras menores na compra de presentes, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

"Isso não quer dizer que não vai ser um Natal bom. Mas as famílias estão mais cautelosas nos gastos, em razão do aumento da inflação e do maior comprometimento da renda", afirma o vice-presidente de Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. De acordo com a enquete, que consultou cerca de 700 pessoas na cidade de São Paulo nas últimas semanas, 61% delas informaram que vão usar esse salário extra para quitar dívidas já contraídas. No ano passado, essa fatia foi ligeiramente menor e atingiu 60%. E, nos últimos tempos, esse tem sido o principal destino dado ao 13º salário.

A pesquisa mostra que, coincidentemente, esse acréscimo de 1 ponto porcentual no número de entrevistados que planejam quitar dívidas com o 13º salário foi compensado por uma redução na mesma proporção na quantidade de pessoas que pretendem usar parte desse dinheiro para comprar presentes. Neste ano, 16% dos entrevistados informaram que vão gastar parte dos recursos com compras e, no ano passado, essa fatia era de 17%.

Além de reduzir a parcela do dinheiro destinado ao consumo, quem pretende ir às compras está disposto a gastar menos. Neste ano, 24% pretendem gastar mais de R$ 500 com presentes, 4 pontos porcentuais a menos em relação ao Natal de 2011. Em contrapartida, cresceu de 72% para 76% a fatia daqueles que planejam gastos mais modestos de até R$ 500.

A maior cautela do consumidor na hora de ir às compras pode reduzir o potencial do Natal e a capacidade de impulsionar o ritmo de atividade da economia no primeiro trimestre de 2013 com a reposição dos estoques, observa Ribeiro de Oliveira. As vedetes do consumo neste ano são praticamente as mesmas do ano passado: eletroeletrônicos, com 75% das intenções de compra, celulares (74%) e roupas (68%).

Uma novidade é que, a cada ano, os brinquedos estão perdendo participação na lista de compras dos adultos. Em 2010, 68% dos entrevistados informaram que comprariam brinquedos. Esse índice recuou para 65% no ano passado e para 54% agora. Ribeiro de Oliveira destaca que a mudança reflete as alterações no perfil das crianças, cada dia mais interessadas em celulares e eletrônicos. (AE)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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