Para ONS, País tem de conviver com risco de apagão

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Presidente do ONS diz que investimento mais pesado em sistemas antiapagão teria o efeito de deixar as contas de luz mais caras


O chefe do órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica do País reconheceu ontem que para ter um nível alto de segurança no sistema, o que evitaria apagões, a conta de luz do consumidor teria que ficar bem mais cara.

Segundo o presidente do Operador Nacional do Sistema (ONS) Hermes Chipp, o País precisa conviver com um "certo nível de risco" na segurança do sistema de transmissão de energia, principal foco das falhas que provocaram apagões em diversas regiões nos últimos meses.

Para mitigar todos os riscos, seria necessário fazer uma série de investimentos em bloco, despesa que acabaria sendo repassada para a conta de luz. Chipp ponderou que apesar das melhorias que tem sido feitas, a demanda por investimento é maior do que a possibilidade de execução rápida desses procedimentos.

"É preciso haver um equilíbrio entre a segurança e o custo. As obras não podem ser feitas todas ao mesmo tempo, porque a tarifa da energia iria lá para cima. Por isso temos de correr risco em alguns lugares", completou Chipp, que participou ontem, em Brasília, da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

O Estado mostrou ontem que relatórios da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do ONS, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, revelam que os apagões ocorridos nos últimos dois anos no Brasil foram provocados por falta de investimentos em estrutura, ausência de equipamentos de proteção e de comunicação, além de falha humana. Apesar das constatações feitas entre 2011 e o início de 2012, interrupções no fornecimento de energia continuaram a afetar milhões de brasileiros ao longo do ano.

No último fim de semana, um corte de abastecimento deixou consumidores de 12 Estados sem energia. O ONS afirmou anteontem que o incidente deve ter sido causado por "descargas atmosféricas" na regiões onde estão a hidrelétrica e a estação de Itumbiara, na divisa de Minas Gerais e Goiás.

Varredura. Segundo Chipp o governo já determinou uma varredura em todo o sistema para identificar os pontos mais críticos e as subestações que ofereçam mais risco de instabilidade na transmissão. De acordo com ele, após esse diagnóstico é possível que a Aneel determine até mesmo a construção de novas subestações pelas companhias.

"Se por um lado temos usinas com energia muito barata, como Belo Monte e outras que entrarão em operação, por outro esses projetos ficam muito distantes dos grandes centros, exigindo linhas de transmissão muito longas que, consequentemente tem maior risco. Essa situação é bastante diferente do que a que ocorre em outros países", disse.

De acordo com o presidente da ONS, os investimentos necessários em transmissão não serão comprometidos pela nova realidade do setor, após a renovação das concessões. Todas as transmissoras afetadas aceitaram a proposta do governo e prorrogaram seus contratos por mais 30 anos.

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que o governo já inspecionou 22 subestações desde que anunciou uma operação de pente-fino no setor de transmissão de energia elétrica. "Priorizamos inspecionar 40 subestações até janeiro", afirmou. Segundo o secretário, existem mais de 300 subestações de transmissão em todo o País.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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