Vontade de comprar está em ritmo moderado

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O índice de consumidores paulistanos que pretendem realizar compras de bens duráveis no primeiro trimestre de 2013 foi de 56,8%, com elevação de 0,8 ponto percentual ante os últimos três meses de 2012, quando situou-se em 56%. Em relação aos primeiros três meses do ano passado, quando o índice foi de 60,6%, o recuo foi de 3,8 pontos percentuais. A queda, segundo a pesquisa realizada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), divulgada ontem, indica que o consumidor um pouco mais animado para consumir. Entretanto, o estudo indicou que ele está bem mais cauteloso em relação ao início de 2012 e planeja a aquisição de itens de maior valor com mais critério.



Segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do Provar, os fatores que impactaram na manutenção do total de entrevistados que pretendem realizar compras são a continuidade do crescimento da massa real de salários e do volume de crédito oferecido, a redução da taxa de juros em cerca de 2,5% ao mês (a menor desde 1994), os prazos médios de pagamento mantidos em torno de 620 dias, a queda no comprometimento da renda com novos compromissos e a redução da inadimplência no final do ano passado.

Na opinião do presidente do Provar, o índice de expectativa de crescimento para este trimestre ainda é positivo. Entretanto, ele pondera que é preciso que o governo federal mude a estratégia de alavancar o crescimento do País através apenas do consumo e da manutenção do poder aquisitivo dos salários e passe a adotar medidas no caminho de estimular os investimentos em produção.

Produção industrial – Dados do IBGE divulgados ontem apontam que houve queda na produção industrial em novembro em seis das 14 áreas pesquisadas pelo Instituto, o que apontou recuo geral de 0,6% em novembro frente a outubro do ano passado. Na opinião de Felisoni, medidas de incentivo são fundamentais para alicerçar a capacidade produtiva brasileira e precisam ser adotadas ao mesmo tempo em que seja mantida a política de reajuste do salário mínimo, por exemplo. "As medidas de estímulo ao consumo, como a redução (da alíquota) do Imposto sobre Produtos Industrializados, registraram impacto cada vez menor nos últimos meses de sua vigência", acrescentou.

A pesquisa do Provar foi realizada com uma amostra de  500 consumidores para analisar a intenção de compra e de gasto de diversos tipos de produtos, como os eletroeletrônicos, de informática, cine e foto, móveis, telefonia e celulares, material de construção, linha branca, vestuário e calçados, automóveis e motos, eletroportáteis e viagens de turismo. No estudo, o segmento vestuário e calçados foi o que registrou maior elevação no primeiro trimestre deste ano (18,8%) ante os últimos três meses de 2012 no varejo (mercado físico). Em seguida, está o de informática (11%) e viagens e turismo (10,6%).

Quanto à possibilidade de aumento nos gastos das famílias, a avaliação da entidade é de que os consumidores destinarão 11,4% de sua renda à aquisição de novos bens, o que indicou elevação ante os 9,4% apurados no último trimestre de 2012. Atualmente, o orçamento familiar concentra seus maiores comprometimentos com alimentação (22,1%), educação (20%) e crediário (14,8%).

De acordo com análise do estudo, a população passou a controlar o seu orçamento e passou a estudar o melhor momento e a forma mais adequada para adquirir bens de maior valor. Assim, o estudo também detectou que 28% dos entrevistados economizou algum dinheiro de outubro a dezembro do ano passado e outros 38,6% pretende poupar nos próximos três meses.

Vendas online  – Já na internet houve um recuo expressivo de negócios na maioria das categorias acompanhadas. De acordo com a e-bit, especializada na avaliação das vendas no varejo online e parceira do Provar/Fia no levantamento, as vendas realizadas na Black Friday antes do Natal de 2012 resultaram em ofertas que atraíram os consumidores. Assim, eles realizaram mais compras naquele período e depois indicaram que tomariam uma posição mais cautelosa no início do ano. Esse seria o motivo pelo qual, para o primeiro trimestre deste ano, a intenção de compra alcançou 83,9%, índice que apontou recuo de 1,9 ponto percentual ante aos três últimos meses de 2012, quando ficou em 85,8%.

Em comparação com o primeiro trimestre de 2011, houve diminuição de 2,4 pontos percentuais.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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