Os dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) de março de 2013 indicam que as vendas ficaram 5,89% menores que em março de 2012, mas no fechamento do 1º trimestre (janeiro a março) elas cresceram 2,10% com relação ao período de 2012. Os destaques foram as vendas a prazo que tiveram um acréscimo de 5,0%, enquanto as vendas à vista ficaram 1,57% menores.
Na Região Metropolitana de Campinas (RMC) os dados seguem o mesmo caminho do SCPC de Campinas, com reduções de 5,88% em relação a março de 2012 e um crescimento de 2,10% na comparação dos trimestres. Na avaliação do economista da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Laerte Martins, o consumidor está comprando menos por estar endividado.
Cautela
"O mês de março mostra para a economia que está havendo uma pequena desaceleração na atividade comercial em Campinas e região. O consumidor está ficando com o nível de endividamento um pouco alto e portanto está sobrando menos poder de consumo. Ele acabou no mês de março consumindo bem menos do que consumiu no ano passado, portanto, as vendas a crédito e as vendas à vista ficaram menores", diz.
A inadimplência cresceu 29,92% em relação a março de 2012 e, no acumulado de janeiro a março, houve um crescimento de 55,75% quando avaliada em números de carnês não pagos. Foram detectados no 1º trimestre deste ano 38.819 carnês não pagos, contra os 24.924 carnês do 1º trimestre de 2012.
Os 38.819 carnês não pagos no trimestre indicam que um montante de R$ 48,5 milhões deixou de circular no mercado varejista de Campinas. Na RMC esse montante deve ter atingido cerca de R$ 104,9 milhões. "A inadimplência em Campinas e região também apresentou uma elevação em relação ao ano passado. O pessoal comprou muito e não está com dinheiro para pagar aquelas compras que fez anteriormente", conta.
Inadimplência
Em termos de índice, a inadimplência ficou em 7,50% neste trimestre em Campinas e região, ou seja, para cada 100 compras a prazo 7,5 não são pagas.
A inadimplência vista pela ótica da devolução de cheques sem fundos em fevereiro de 2013 em Campinas e região ficou 9,29% abaixo de março de 2012, quando foram devolvidos 32.300 cheques sem fundos.
"Pela ótica do índice falta de fundos/compensados houve uma variação de 0,05 pontos percentuais, ficando em 1,89 em 2013, contra os 1,84 de 2012. Isso implica em dizer que para cada 100 cheques emitidos, cerca de 1,89 foi devolvido em fevereiro de 2013. No mesmo mês de 2012, o número foi de 1,84 por cada 100 emitidos. Nessa relação, houve um aumento de 0,05 ponto percentual, em fevereiro de 2013 contra o mesmo período de 2012", comenta.
Para o economista essa redução pode ser justificada pelo fato de que as pessoas estão emitindo menos cheques e estão optando pela utilização dos cartões de crédito ou cartões de débito.
Taxa de juro estável
As taxas de juros no mercado financeiro em Campinas e região se mantiveram estáveis em março. A média geral de 42,24% a.a, manteve-se idêntica à média de fevereiro e 15,92% abaixo de março deste ano, que fechou em 50,23% a.a. A Selic manteve-se ainda inalterável, nos 7,25%, indicando uma redução de 25,64% em relação a março de 2013.
A expectativa ainda é de aumento na taxa proximamente em função da inflação e do aumento dos preços dos produtos no mercado.
Emprego
Com relação ao índice de emprego, Campinas e região se mantêm com pleno emprego. "A situação do emprego em Campinas e região está muito boa. A economia nossa está gerando mais empregos do que em nível nacional. A distribuição de empregos está quase que em pleno emprego. Em nível nacional a taxa de desemprego está em 5,6% e em Campinas este índice está em 3,4% e na região de Campinas em 4,32%", diz.
Veículo: DCI