Indústria chinesa cresce 9,3%, abaixo do previsto

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Resultado inferior à estimativa de 9,5% para abril reacende preocupações com a recuperação do país e pressiona novo governo a adotar medidas

O crescimento da produção industrial da China foi surpreendentemente fraco em abril e os investimento em ativos fixos desaceleraram, reacendendo preocupações de que a nascente recuperação está patinando e aumentando a pressão sobre as autoridades para agirem a fim de estimular a economia.

No entanto, a política monetária já frouxa e o crescente aumento dos preços de moradias complicam as opções para a nova liderança de Pequim, levando analistas a dizer que qualquer resposta pode se limitar a medidas fiscais.

A produção industrial cresceu 9,3% em abril ante o mesmo período do ano anterior, após uma mínima de sete meses de 8,9% em março, mas ainda assim abaixo da expectativa do mercado de expansão de 9,5%, divulgou ontem a Agência Nacional de Estatísticas.

"A atividade econômica continua fraca", afirmou Liang Youcai, economista sênior do Centro Estatal de Informação. "Agora esperamos que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre cresça cerca de 7,8 ou 7,9%, se não houver medidas de estímulo."

Os dados de ontem prejudicam ainda mais as esperanças de restabelecimento da segunda maior economia do mundo, após o anúncio do mês passado de que o crescimento esfriou no primeiro trimestre para 7,7%.

O crescimento dos investimentos em ativos fixos, um importante motor da economia chinesa, também ficou abaixo das estimativas, crescendo 20,6% nos quatro primeiros meses de 2013 ante o mesmo período do ano anterior. Economistas esperavam 21%.

Apenas as vendas no varejo atingiram as expectativas do mercado, ao crescerem 12,8% em abril ante o ano anterior.

Dilema de política. Para investidores, a grande questão agora é se a recuperação econômica da China continua intacta. A evidência deste mês destaca o crescente dilema de política de Pequim, com economistas dizendo que a recuperação - se é que há uma- ainda está frágil.

Dados divulgados na semana passada mostraram que a inflação ao consumidor da China, apesar de controlada, acelerou mais que o esperado em abril, diminuindo o espaço para Pequim afrouxar ainda mais a política monetária se o crescimento se enfraquecer. Pior que isso, dados comerciais sugeriram que um fluxo substancial de dinheiro especulativo apostando na alta do yuan está se desviando dos controles de capital da China.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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