O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou queda de 0,52% na quarta semana de dezembro número 0,09 ponto percentual inferior ao resultado da terceira semana do mês, que foi de 0,61%. Com esse resultado, o IPC-S fechou 2008 com alta de 6,07%, taxa superior a registrada em 2007, quando o índice fechou o ano com alta de 4,6%.
"Não surpreendeu a desaceleração porque o principal fundo de pressão nos preços foi a alimentação, item que estão em queda", avalia o professor e economista da FGV, Paulo Picchetti, otimista com a desaceleração do indicador. Como mencionou o especialista, o grupo Alimentação foi o que mais contribuiu para o recuo com a taxa passando de 0,88% para 0,60%. Nesse caso os principais destaques foram as hortaliças e legumes (variaram de 11,48% para 9,55%), adoçantes (de 0,37% para -1,14%) e laticínios (0,66% para 0,25%).
Também registraram recuo no período os grupos habitação (0,44% para 0,36%), com destaque para Tarifa de Eletricidade Residencial (de 0,48% para 0,29%), educação, leitura e recreação (de 0,39% para 0,37%) destacando passeios e férias (de 2,10% para 1,09%), além de vestuário (de 0,56% para 0,52%), com os calçados como principal fator de contribuição para a taxa (de -0,28% para -0,66%).
Entre os grupos que apresentaram alta no indicador estão os transportes (de 0 57% para 0,72%) e despesas diversas (de 0,31% para 0,37%). As contribuições mais expressivas em cada uma dessas classes foram dos itens ônibus urbano (de 0,65% para 0,99%) e alimento para animais domésticos (de -1,21% para 0,78%).
O grupo saúde e cuidados pessoais repetiu a taxa registrada na última apuração 0,71%. Os destaques em sentido ascendente e descendente foram: artigos de higiene e cuidado pessoal (de 1 07% para 1,21%) e medicamentos em geral (de 0,12% para -0,05%), respectivamente.
De acordo com Picchetti, "os setores de Alimentação, Serviços e Itens Administrados foram os grandes setores que mais influenciaram o IPC-S no ano passado". Por isso, a tendência é que o indicador apresente uma certa estabilização nos próximos meses. "São os três grupos que mais pressionaram 2008, devem contribuir para uma desaceleração", acredita o professor.
Desaceleração
Apesar do otimismo quanto à pouca variação dos preços nos próximos meses, o economista salienta que janeiro não deve refletir essa queda, principalmente pela característica do período. "Janeiro é aquele mês onde se concentram aumentos de impostos e mensalidades escolares, por isso pode haver alguma aceleração. Porém, nos próximos meses, a tendência é de queda na inflação no País", conclui o especialista da FGV.
Veículo: DCI