Queda ocorreu em 20 dos 27 setores.
Após dois meses de alta, a produção industrial brasileira surpreendeu ao recuar 2% em maio na comparação com abril, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a maio do ano passado, porém, houve crescimento de 1,4%. Em 2013, o setor cresceu 1,7% e, em 12 meses, a queda chegou a 0,5%. O resultado mensal é o pior desde fevereiro, quando a produção caiu 2,3%, e elimina parte do avanço de 2,6% do acumulado no bimestre março e abril. Além disso, diante do valor registrado em maio, a produção ficou 3,8% abaixo do nível alcançado em maio de 2011.
A redução no ritmo da atividade foi generalizada, segundo o instituto, e atingiu 20 dos 27 ramos industriais e todas as quatro categorias de uso avaliados. As principais influências negativas vieram dos ramos alimentos (-4,4%), após aumento produtivo de 4,3% em abril; máquinas e equipamentos (-5,0%), com primeira taxa negativa desde dezembro passado; e veículos automotores (-2,9%), fato que interrompeu dois meses de expansão na produção.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (-8,2%); mobiliário (-11,4%); máquinas para escritório e equipamentos de informática (-9,0%); produtos de metal (-4,3%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,5%); minerais não-metálicos (-2,3%); outros equipamentos de transporte (-3,1%); e calçados e artigos de couro (-7,3%).
Ainda segundo o IBGE, entre as seis atividades que ampliaram a produção, as influências mais relevantes para a média global vieram das atividades: bebidas (4,8%), que recuperou parte da perda de 5,9% de abril; refino de petróleo e produção de álcool (1,6%); e metalurgia básica (1,1%).
Anual - Na comparação com maio de 2012, o setor industrial cresceu 1,4% em maio de 2013, com apenas 12 das 27 atividades investigadas apontando expansão na produção. O ramo de veículos automotores, que avançou 11,7%, exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionado pelo crescimento na produção de aproximadamente 70% dos produtos investigados no setor, com destaque para a maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, automóveis, caminhões e veículos para transporte de mercadorias.
Também contribuíram para o bom desempenho da média global os setores refino de petróleo e produção de álcool (12,5%) e de máquinas e equipamentos (7,5%), influenciados, sobretudo, pelo aumento na produção de gasolina, álcool etílico, óleo diesel e outros óleos combustíveis, no primeiro ramo, e de máquinas para o setor de celulose, rolamentos de esferas para equipamentos industriais, fornos de micro-ondas, aparelhos de ar-condicionado, empilhadeiras propulsoras, motoniveladores, máquinas para colheita e tratores agrícolas, no segundo.
Entre as 15 atividades que reduziram a produção na comparação anual, os principais impactos foram observados em indústrias extrativas (-9,1%); produtos de metal (-9,1%); edição, impressão e reprodução de gravações (-5,4%); farmacêutica (-4,3%); e produtos têxteis (-4,5%) pressionados, principalmente, pelos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo; partes e peças de caldeiras geradoras de vapor; revistas, jornais e cadernos; medicamentos; e tecidos de malha de algodão e de filamentos sintéticos, respectivamente.
Acumulado - No índice acumulado para os cinco primeiros meses de 2013, o setor industrial mostrou crescimento de 1,7%, com taxas positivas em três das quatro categorias de uso, 12 dos 27 ramos, 45 dos 76 subsetores e 49,8% dos 755 produtos investigados.
As atividades de veículos automotores, que avançaram 14,3%, continuaram sendo a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionadas, em grande parte, pelo crescimento na produção na maioria dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 75%), com destaque para a maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, automóveis, caminhões e veículos para transporte de mercadorias.
Por outro lado, os ramos que reduziram a produção, os principais impactos foram registrados nas atividades indústrias extrativas (-7,2%); edição, impressão e reprodução de gravações (-9,1%); metalurgia básica (-4,8%); farmacêutica (-3,9%); e produtos têxteis (-4,6%).
Veículo: Diário do Comércio - MG