Cesta básica fica mais cara

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A alta nos alimentos é a maior desde 2008, mas a tendência é que os preços voltem a estabilizar

BLUMENAU - Há cinco anos os alimentos não tinham uma inflação tão alta em Blumenau. No acumulado de 12 meses, considerando o índice de julho de 2012 a junho de 2013, a cesta básica alimentar teve alta de 14,59%. Ao comparar com o mesmo período de anos anteriores, o saldo só não supera o de junho de 2008, quando, em plena crise econômica mundial, a cesta básica tinha alta acumulada de 25,63%.

Para o economista Jamis Piazza, coordenador do Departamento de Economia do Instituto Furb, que afere os valores da cesta e do Índice de Variação Geral de Preços (IVGP), não há sinais, por enquanto, de que o quadro de cinco anos se repetirá. A tendência é que os alimentos – e a inflação, de forma geral – tenham estabilidade nos preços durante os próximos em meses.

Piazza explica que o governo tem tomado ações na tentativa de frear a alta generalizada de preços. Entre as medidas, estão a desoneração de parte dos produtos da cesta básica e o aumento da taxa básica de juros em meio ponto percentual no fim de maio.

O economista explica que outros dois fatores devem contribuir para a estabilização dos preços: o começo das colheitas, que aumenta a oferta de produtos, e o índice de endividamento da população, que está alto e limita gastos. Assim, haverá menor pressão de demanda em relação à oferta. A inversão desta relação – mais consumo que produção – pressionou a elevação dos preços dos alimentos no primeiro semestre. Um dos principais fatores que levou ao aumento do consumo além do que foi produzido foi a elevação da renda da população, que pôde comprar mais.

Na cesta básica de junho, há o primeiro sinal da queda nos preços. Depois de quatro meses consecutivos de alta, ela teve variação de -2,85%, totalizando R$ 273,94. Apesar disso, a relação com o salário mínimo piorou. No mesmo período do ano passado, era preciso 38,43% de um salário mínimo para comprar a cesta básica. Agora, são necessários 40,4%. Para o comparativo, foi considerado o reajuste no salário ocorrido no início de 2013.

Outro fator que deve influenciar na manutenção dos índices nacionais de inflação é a queda nos preços das tarifas de transporte, consequência das manifestações que tomaram conta do país. A avaliação é do professor Lisandro Fin Nishi, professor da Udesc e coordenador do Boletim de Análise Econômica do Custo de Vida de Florianópolis:

– A tendência é que o segundo semestre tenha a variação de preços muito mais controlada do que se viu nos primeiros seis meses do ano.

IVGP fica estável em junho

O Índice de Variação Geral de Preços (IVGP) ficou praticamente estável durante o mês de junho, em Blumenau. O índice fechou o mês em -0,08%. A variação ficou abaixo do estimado, que era entre 0,4% e 0,8%. No primeiro semestre de 2013, o IVGP registrou alta de 3,49%. Dos 580 itens pesquisados, divididos em 25 subgrupos, cinco tiveram alta, seis registraram baixa de preços, enquanto 14 permaneceram sem alterações. A expectativa para o IVGP de julho é que o índice fique entre 0,3% e 0,7%.

Apesar do índice levemente negativo em junho, o acumulado dos últimos 12 meses ficou acima da expectativa pessimista, que era de 5,29%. O acumulado neste período é de 5,39%. Para Jamis Piazza, coordenador do Departamento de Economia do Instituto Furb, responsável pela aferição do IVGP, a tendência é que o índice fique dentro da expectativa realista até o fim do ano:

– Com as medidas que o governo está tomando para controlar a inflação, a tendência é que o IVGP fique em 6,31% até o fim do ano – avalia.



Veículo: Jornal de Santa Catarina


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