Em maio deste ano, o faturamento do varejo da Região Metropolitana do Recife (RMR) apresentou queda de 0,43% em relação ao mês de abril. O índice é resultado de uma pesquisa realizada pelo departamento de pesquisa da Fecomércio, em parceria com a Ceplan. A redução, no entanto, foi menor que a observada entre abril e março, de -1,78%.
A queda constatada no faturamento de maio se explica pelo comportamento diferenciado de setores importantes do comércio local: uns apresentando forte retração e outros incrementando suas vendas. Entre os que sofreram forte redução nas vendas se destacaram o comércio de materiais de construção (-8,98%) e o comércio de bens de consumo não duráveis (-2,32%), esse último influenciado pelo fraco movimento das vendas nas farmácias e perfumarias (recuo de 11,12%).
Em contrapartida, o faturamento de outros segmentos mostrou expansão, impulsionado pelas vendas associadas ao Dia das Mães, como ocorreu com calçados (26,22%), utilidades domésticas (10,83%), móveis e decorações (9,39%) e vestuário/tecidos (7,97%). “Embora seja possível identificar essa melhora, o varejo teve em maio de 2013 um desempenho tímido em relação ao observado em 2012, quando, entre abril e maio, as vendas cresceram 5,13%”, explica o economista Fábio Oliveira.
Pelo relatório, em maio deste ano o comércio vendeu mais que em maio de 2012 e esse melhor desempenho se confirma no faturamento acumulado nos primeiros meses deste ano. Se o desempenho do comércio em maio foi um pouco mais fraco que o do mês de abril, o mesmo não pode ser dito quando a referência é o mês de maio de 2012, comparação que indica um crescimento de 1,17% do faturamento.
Esse comportamento foi determinado, sobretudo, pelo desempenho positivo das vendas das concessionárias de veículos (variação de 10,60% em relação a maio de 2012) e dos supermercados (5,11% em relação ao mesmo mês em 2012). No primeiro caso, verificaram-se os efeitos remanescentes da prorrogação de desonerações tributárias promovida pelo governo federal em relação à aquisição de veículos, estímulo que se prolonga ainda em 2013 (variação positiva de 8,18% em maio comparado com abril).
Já o comportamento dos supermercados é explicado pela continuidade do crescimento da economia do estado de Pernambuco nos cinco primeiros meses do ano, acompanhada pela continuidade da tendência de aumento do rendimento médio mensal dos trabalhadores da RMR. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego (PME) do IBGE, houve um acréscimo de 3,3% do rendimento médio no comparativo janeiro a maio de 2013 com igual período de 2012.
Apesar das dificuldades recentes, as vendas acumuladas nos primeiros meses de 2013 superam as do mesmo período de 2012. A variação acumulada das vendas entre janeiro e maio de 2013, mostra o desempenho positivo do comércio neste ano, em relação a 2012. O crescimento de 3,92% do faturamento no ano atual se deveu, sobretudo, ao comércio de materiais de construção, cuja variação acumulada de janeiro-maio em relação a 2012 alcançou 12,81%.
Isso se deve ao bom momento experimentado pela economia e pelo mercado de trabalho em Pernambuco, mas reflete, em especial, a continuidade e o aprofundamento de políticas setoriais do governo federal, que englobam, principalmente, a liberação de crédito para aquisição, construção e manutenção residencial.
Por outro lado, as vendas de bens de consumos duráveis têm apresentado um comportamento preocupante nos primeiros meses de 2013, haja vista a queda de 6,49% do faturamento em relação ao mesmo período de 2012. Essa taxa reflete a dinâmica dos estabelecimentos comerciais de informática e de utilidades domésticas: embora o desempenho desses segmentos tenha sido positivo em relação ao mês de abril (respectivamente, 8,93% e 10,83%), o comparativo em relação ao mês de maio de 2012 mostra uma substancial queda (respectivamente, -9,31% e -8,86%), confirmada pela variação acumulada negativa das vendas de ambos, principalmente das lojas de informática.
Empregos e a massa salarial
Segundo a Fecomércio, em maio o emprego e a renda gerados pelo varejo apresentaram resultados positivos em relação a abril: a massa salarial cresceu 2,61% e o número de empregados cresceu 0,23%. No comparativo com maio de 2012, essa variação foi de, respectivamente, de 6,78% e 4,26%. A combinação desses resultados contribuiu para uma variação acumulada entre janeiro-maio de 2013 (relativamente ao mesmo período de 2012) de 5,62% da massa de salários e de 3,54% do nível de empregos.
Para esse desempenho, uma vez mais deve ser destacada a contribuição do comércio de materiais de construção, que apresentou crescimento, tanto do nível de emprego como da massa salarial, acima da média do comércio em geral. Merece também destaque o segmento que comercializa os bens de consumo semiduráveis (notadamente vestuário/tecidos), com um crescimento da massa salarial de 2,66% em relação a abril e 6,39% em relação a maio do ano anterior (combinada com um aumento de 0,7% no nível de emprego), acumulando um crescimento de 4,39% no período janeiro-maio, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Veículo: Diário de Pernambuco