Varejo reduz projeção de vendas de 6% para 4,5%

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O comércio varejista reduziu sua projeção para o crescimento das vendas de 6% para 4,5% neste ano após o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros para 8,5% ao ano.De acordo com o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, a demanda já havia chegado a um nível preocupante, e a elevação da Selic deteriorou ainda mais esse cenário.

 

“Para o comércio, o ideal era que a taxa básica de juros fosse mantida em 8%. É importante que o Banco Central (BC) veja que a demanda chegou a um nível de paralisia”, afirmou o dirigente. Segundo ele, se os juros continuarem a subir nos próximos meses, a projeção de vendas deve sofrer nova redução. 

 

No primeiro semestre, o comércio acumula crescimento de 6,15%. Embora as vendas normalmente tenham um comportamento mais favorável no segundo semestre, Pellizzaro Junior disse que a segunda metade deste ano será afetada por uma série de fatores negativos. 

 

Entre eles, além dos juros mais altos,que encarecem o crédito, estão a alta da inflação, que desestimula as compras,e a valorização do dólar, que aumenta o custo dos importados. 

 

Os indicadores do comércio varejista em junho foram ruins. Na comparação com o mesmo mês de 2012, as vendas cresceram apenas 0,67% ,o menor nessa base de comparação desde janeiro de 2012. A inadimplência subiu 1,52% e a recuperação de crédito caiu 1,64%. 

 

O aumento da taxa Selic também levará a uma nova revisão para baixo nas expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que podem ficar abaixo de 2%. 

 

Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a nova taxa da Selic era previsível, levando-se em conta que pela segunda vez no ano a inflação medida pelo IPCA ultrapassou o teto da meta estabelecida. 

 

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Manoel Cintra Neto, a elevação de 0,5 ponto na Selic responde à preocupação atual de uma menor oferta de crédito no País.

 

 

Veículo: O Estado de S. Paulo


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