Varejistas seguem sentindo o impacto da inflação, indica IBGE

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O comércio varejista continua sentindo os efeitos da inflação nas vendas. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis das dez atividades avaliadas registraram queda no mês de maio em comparação a abril.

Em geral, as vendas no varejo restrito se mantiveram estáveis, enquanto o varejo ampliado - que engloba também os setores de material de construção e de veículos e motos - apresentou diminuição de 0,8%.

Alguns segmentos se destacaram negativamente. É o caso dos setores de tecidos, vestuário e calçados e também de artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria, ambos com queda de 2,6% em relação a abril, a maior registrada.

O segmento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação também apresentou queda, de 2%. Esta categoria já vem sofrendo decréscimos consecutivos desde o mês de março. Na comparação com o ano anterior, o segmento também se sobressaiu: foi o único entre as dez atividades avaliadas pelo IBGE que apresentou diminuição na comparação com maio de 2012, uma variação de 0,5%.

Para a consultoria econômica LCA, o resultado apresentado pelo varejo no mês de maio ainda sinaliza fragilidade do consumo, ainda que os índices tenham vindo um pouco acima do previsto pela companhia - a empresa havia estimado uma variação negativa de 0,4% no comércio varejista restrito.

Destaques positivos

De acordo com a LCA, "a queda generalizada das vendas dos segmentos foi contrabalanceada pelo forte avanço das vendas nos supermercados - o que é explicado pela 'descompressão' dos preços de alimentação no domicílio. Na leitura de junho houve deflação de 0,36%, devendo impactar positivamente as vendas de supermercados."

O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou alta de 1,9% em maio ante abril, o maior aumento entre os quatro setores que tiveram variação positiva. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento no volume de vendas é ainda maior: alta de 2,6%. Segundo o IBGE, o bom resultado pode ser atribuído à estabilidade no mercado de trabalho e aos gastos decorrentes da comemoração do Dia das Mães.

Conforme afirmou Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS), anteriormente ao DCI, a inflação observada nos últimos meses tem afetado o setor, mas não de forma determinante. "Temos expectativa de aumentar o volume de vendas de 5% a 6% este ano na comparação com 2012. A inflação tem impactado, mas não afeta as vendas do setor ainda. Por trabalharmos com itens de primeira necessidade, sofremos um impacto menor."

Os outros setores que apresentaram alta nas vendas do varejo em maio na comparação com abril foram o de combustíveis e lubrificantes (0,6%), móveis e eletrodomésticos (0,4%) e veículos e motos (0,4%).



Veículo: DCI


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