Vendas devem crescer entre 1% e 2% .
O desaquecimento da economia neste ano deverá impactar nas vendas do Dia dos Pais em Belo Horizonte. A expectativa é de que haja uma pequena alta, entre 1% e 2%, na comparação com o ano anterior. O percentual está muito próximo do registrado em 2009 (1,6%) - quando o país ainda sofria os impactos da crise econômica -, segundo pesquisa divulgada ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).
Caso alcance esse crescimento, o valor das vendas ficará entre R$ 1,8 bilhão e R$ 1,82 bilhão, uma vez que no ano passado ficou em R$ 1,78 bilhão. Com exceção do ano de 2009, quando alcançaram R$ 1,6 bilhão, a média de crescimento dos últimos nove anos ficou acima dos 3%. Em 2004, ela chegou aos 14,3%.
O presidente da CDL-BH, Bruno Falci, considera a alta esperada como moderada. "Temos que levar em conta a atual situação econômica do país. Estamos vindo de um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,9% no Brasil. Então, não há como pensarmos em uma alta como a de outros anos", afirma. Sem contar que o país vive uma fase de aumento da inflação e das taxas de juros, que reduzem o poder de compra da população. A inadimplência também colabora para que muitas pessoas desistam de presentear os pais neste ano.
A cautela vai afetar, inclusive, a formação dos estoques nas lojas da capital mineira. Mas, na visão de Falci, ainda é cedo para se dizer como será o restante do ano. Caso o Dia das Crianças e o Natal respondem de forma positiva, o resultado anual do comércio fechará no azul. Isso porque a data mais importante para o setor é o Natal, seguido pelo Dia das Mães. O Dia dos Namorados fica na terceira posição, quase alcançando a segunda. Depois vem o Dia das Crianças e, por último, o Dia dos Pais.
"Como o Dia dos Pais tem uma importância menor, quando comparado com as demais datas, a preparação é mais tranqüila. Poucas lojas contratam temporários e com esse crescimento baixo aguardado o número de contratos provisórios fechados deverá ser menor ainda", afirma.
Além disso, ele acredita que as manifestações podem também impactar de forma negativa nas vendas, uma vez que trouxeram muito prejuízo para o comércio e, dessa forma, desestimularam investimentos maiores por parte dos empresários para a atração de clientes.
Os setores mais beneficiados com a data neste ano serão moda masculina e vestuário e calçados. Porém, perfumes, relógios, produtos de higiene pessoal, eletroeletrônicos e informática também serão bastante demandados, conforme expectativa do setor.
Nos cinco primeiros meses do ano, o comércio em Belo Horizonte acumulou crescimento de 4,53%. Na comparação com o mesmo período de 2012, o mês de maio registrou crescimento de 1,97%.
Veículo: Diário do Comércio - MG