VBP estimado em R$ 25,1 bilhões.
O Valor Bruto de Produção (VBP) referente às principais culturas desenvolvidas em Minas Gerais foi estimado, em junho, em R$ 25,1 bilhões, valor 8,3% inferior ao registrado em igual mês do ano passado, quando a produção do agronegócio do Estado foi avaliada em R$ 27,4 bilhões. A desvalorização dos preços pagos pelo café foi um dos fatores que levaram à redução do VBP.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), somente no café, que é o principal produto do agronegócio mineiro, foi registrada queda de 28,4% no VBP, que encerrou o primeiro semestre em R$ 7,8 bilhões, frente aos R$ 10,9 bilhões registrados em igual intervalo de 2012.
Os preços pagos atualmente pela saca do grão estão inferiores aos custos de produção e causando prejuízos aos produtores. Além disso, os resultados das exportações também estão inferiores aos registrados em igual período do ano passado.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o café, que responde por 44,8% das exportações do setor, encerrou o primeiro semestre com recuo de 17,48% no faturamento obtido com as negociações com o mercado externo, que ficou em US$ 1,59 bilhão. O volume embarcado, pelo contrário, chegou a 516,1 mil toneladas, incremento de 18,68%.
No primeiro semestre, também foi observada queda significativa no VBP do algodão. A cultura foi avaliada em R$ 159,2 milhões, retração de 34,37% quando comparado com o valor de R$ 242,6 milhões estimado no mesmo período de 2012.
O feijão também está com a cultura desvalorizada em relação ao primeiro semestre do ano passado. De acordo com o levantamento do Mapa, a cultura no Estado foi avaliada em R$ 1,53 bilhão, o que representou recuo de 11,04% na comparação com a cifra de R$ 1,73 bilhão registrada em igual período do ano passado. A queda na produção foi debitada à migração dos produtores para as culturas de milho e soja e também pela infestação da mosca-branca.
De acordo com a Seapa, houve queda de 30% na produção da primeira safra de feijão no Estado, totalizando 281,7 mil toneladas. Na segunda safra, o levantamento aponta para uma tendência de queda de 6,6% na área cultivada, fixada em 148 mil hectares. A produção será de 196,1 mil toneladas, 14,6% menor, redução também explicada pela infestação da mosca-branca. Para a terceira safra, os levantamentos iniciais estimam uma queda de 5,9% na área de plantio, para 77,4 mil hectares. A expectativa é colher 202,4 mil toneladas nesta safra, 5,9% menos que na safra anterior.
Apesar dos resultados negativos, alguns produtos de grande peso no agronegócio do Estado tiveram o VBP ampliado. A maior valorização foi observada no tomate. A cultura está avaliada em R$ 1,43 bilhão, o que significou um incremento de 15,9% frente aos R$ 749 milhões estimados para o mesmo período do ano passado.
O VBP do milho também aumentou 6,25%, alcançando R$ 3,339 bilhões, enquanto a soja variou positivamente 3,12%, com o VBP estimado em R$ 1,435 bilhão.
Os resultados da batata-inglesa foram ampliados em 36,15%, com a produção avaliada em R$ 1,36 bilhão, frente a R$ 1,004 bilhão observado em igual intervalo do ano passado.
A cultura do trigo teve o VBP estimado em R$ 67,5 milhões, o que representou um incremento de 15,9% se comparado com os R$ 58,2 milhões registrados anteriormente.
Veículo: Diário do Comércio - MG