Dia dos Pais não anima comerciante mineiro

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Inflação e inadimplência preocupam

Apesar dos indicadores econômicos não muito positivos, como o aumento da inflação e da inadimplência, e das pesquisas das entidades de varejo, que apontam um crescimento de vendas de até 2% no Dia dos Pais, em Belo Horizonte, alguns lojistas de shoppings não querem ser vencidos pelo desânimo. Para eles, o momento agora é de investir na melhoria da gestão e na qualidade de atendimento, com oferta de produtos de maior valor agregado e preços mais justos.

Segmentos como o esportivo são favorecidos por um momento de maior paixão pelo futebol, enquanto outros, de moda masculina, apostam no valor agregado de marcas famosas. Para outros, como o de CDs e DVDs, a confiança está no preço mais baixo dos produtos. De modo geral, a expectativa dos lojistas de shoppings é de que as vendas este ano se mantenham nos mesmos patamares do mesmo período do ano passado, podendo crescer 5%, dependendo do segmento e das estratégias adotadas por cada estabelecimento.

Em uma loja de artigos esportivos do Minas Shopping, a expectativa é de um crescimento de vendas de até 5% no Dia dos Pais, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o gerente, que preferiu não identificar o estabelecimento, a projeção de incremento se deve, em especial, a essa última onda de paixão pelo futebol, desencadeada não apenas pela vitória do Brasil na Copa das Confederações, em junho, mas também pela conquista da Copa Libertadores da América, na última quarta-feira, pelo Clube Atlético Mineiro.

"A camisa do Atlético e a comemorativa da seleção vão vender muito, inclusive para o Dia dos Pais", prevê o gerente, lembrando, no entanto, que nessa data os presentes costumam ser mais baratos do que os do Dia dos Namorados, por exemplo. Enquanto o pai costuma ser agraciado com bens que custam cerca de R$ 160,00, o amado (a) recebe produtos que custam em média R$ 500,00. "São itens de marca, mais procurados para os namorados", informou.


Diferencial - O preço promete ser um bom diferencial nesta época do ano, conhecida como a quarta melhor data para o comércio. Segundo o gerente da Diskoteka do Minas Shopping, Paulo Henrique Leite, o seu segmento, de cds e dvds, costuma se beneficiar no Dia dos Pais. " uma data mais fria para o comércio em geral, mas, para nós, é um momento muito bom, com vendas superando em pelo menos 10% a dos outros meses", informou.

Ele observa que os consumidores estão mesmo mais reticentes, alegando não apenas problemas com o endividamento, mas também a redução do poder de compras em conseqüência da inflação. Mesmo assim, considerando a média de preços de um bom disco, ele acredita que há boas possibilidades de manter o mesmo nível de vendas do ano passado. "Música é remédio", recomenda.

Na Sérgio’s Calçados, do Shopping Cidade, a percepção de recolhimento do consumidor é a mesma da loja de artigos esportivos e de discos. "Houve a fase de protestos, que prejudicou as vendas, e tem também o endividamento do consumidor", reconhece o gerente Fábio Henrique Marcelino. No entanto, ele ainda mantém o otimismo, com projeção de vendas de até 15% no Dia dos Pais, em relação ao mesmo período do ano passado.

Questionado se essa expectativa não seria muito irreal, considerando os indicadores econômicos e as projeções feitas pelas próprias entidades representativas do lojistas, de crescimento de até 2% em Belo Horizonte e de 4% no país, nesse Dia dos Pais, Marcelino é pragmático. "O movimento caiu um pouco, mas não podemos deixar o ânimo cair", sustenta.

Segundo o gerente, os vendedores têm sido orientados a evitar o desânimo e a trabalhar com otimismo, para influenciar positivamente os consumidores. Em relação aos demais meses do ano, em julho e agosto a Sergio’s Calçados costuma faturar cerca de 20% a mais. "Este é o nosso segundo Natal", resume. O tíquete médio para o Dia dos Pais costuma ser de R$ 200,00.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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