A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) já esperam que as vendas do comércio para o próximo Dia dos Pais, 11 de agosto, apresentem o pior resultado dos últimos três anos. A expectativa é de alta das vendas de 4%. Nos anos anteriores, as expansões foram bem mais fortes: 4,75%, em 2012; 6,86%, em 2011; e 10%, em 2010. A projeção considera expectativas de vendas a prazo do comércio brasileiro na semana entre os dias 3 e 8 de agosto.
"Se as expectativas se confirmarem, será o pior resultado dos últimos três anos", ressaltam CNDL e SPC, em nota ontem. As duas entidades afirmam que a baixa empregabilidade e a queda da renda real do consumidor devem ser as grandes responsáveis pela desaceleração do setor.
O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, avalia que este ano o varejo não conta com fatores macroeconômicos que ajudavam a aquecer o setor no passado, como os altos índices de empregabilidade e a larga oferta de crédito a juros baixos.
"O cenário econômico é desfavorável. A inflação e a alta dos juros inibem o poder de compra do brasileiro. Prova disso é a queda de praticamente todos os índices de confiança do consumidor", afirma Pellizzaro.
Os lojistas consideram também que o ato de presentear no Dia dos Pais não tem o mesmo apelo emocional de datas como o Dia das Mães ou o Natal, quando há um compromisso do consumidor com gastos maiores. Entre os produtos mais procurados estão os itens de vestuário, calçados, perfumes, bebidas e artigos eletrônicos, informam CNDL e SPC.
Crédito - Já o número de pessoas que procuraram as instituições financeiras em busca de crédito subiu 3% em junho ante maio, descontados os efeitos sazonais, divulgou a Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Na mesma base de comparação, sem o ajuste, houve queda de 4%.
Na comparação entre o resultado acumulado do primeiro semestre de 2013 ante o mesmo período do ano passado, o indicador de Demanda por Crédito recuou 0,3%. Nos 12 meses encerrados em junho deste ano, houve alta de 2,2% em relação aos 12 meses terminados no mesmo período de 2012.
Segundo a Boa Vista, considerando os segmentos que compõem o indicador geral, a demanda por crédito em instituições financeiras em junho se mostrou 4% maior que em maio, na série dessazonalizada, enquanto em instituições não financeiras o índice avançou 2,1%. Já o resultado dos primeiros seis meses de 2013 ante o mesmo período do ano passado apresentou divergência: o setor financeiro subiu 1,3% e o não financeira recuou 1,4%.
Veículo: Diário do Comércio - MG