Vendas em shoppings crescem menos

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Levantamento indica que o consumo está 8% maior, ritmo abaixo do esperado

As vendas dos shopping centers no Brasil cresceram 8% no primeiro semestre de 2013, ritmo menor do que o registrado no mesmo período de 2012 (10,8%) e de 2011 (11,7%), de acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

O desempenho do setor ficou abaixo do esperado pela associação, que reduziu suas expectativas para o fechamento do ano: agora estima um crescimento anual de 10%, patamar abaixo dos 12% previstos no começo de 2013. "Acredito numa recuperação no segundo semestre, mas confesso que não estou acreditando mais nos 12%. Podemos chegar a 10%, o que já é um grande número", afirmou Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce.

Veiga lembrou que o segundo semestre é tradicionalmente melhor para as vendas por conta das datas comemorativas no calendário, em especial o Natal, o que deve contribuir para uma expansão do faturamento acima dos 8% registrados na primeira metade do ano. No entanto, ele ponderou que incertezas conjunturais dificultam a projeção do resultado dos próximos meses.

Desafios econômicos. O executivo atribuiu a desaceleração vista até aqui ao quadro econômico mais adverso mostrado pelo País, com manifestações nas ruas, inflação persistentemente elevada, crédito mais caro e desconfiança em relação à condução da política econômica pelo governo. "Empresários e consumidores estão preocupados. Isso tudo afeta a confiança do mercado", afirmou.

A desaceleração foi confirmada pelos dados das principais operadoras de shopping centers. As vendas nas mesmas lojas - abertas há mais de um ano e, por isso, comparáveis - cresceram 6,2% nos empreendimentos da BRMalls no segundo trimestre de 2013. No mesmo período do ano passado, a empresa havia registrado uma expansão de 7%. Na mesma comparação, o crescimento da Multiplan foi de 5,8% em 2013, ante 8,1% em 2012. A Aliansce divulgou avanço de 8,6% este ano e 10,1% no período anterior.

Veiga avaliou que, apesar da desaceleração, o faturamento dos shoppings ainda está em ritmo forte de crescimento - acima da média do varejo tradicional, que mostrou alta de 6,1% no primeiro semestre, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Inaugurações. A Abrasce estima que 33 shoppings serão inaugurados em 2013, dos quais oito já foram abertos. Se a previsão se confirmar, o número baterá o recorde registrado em 2012, quando 27 novos empreendimentos foram abertos.

Os efeitos do quadro mais adverso da economia podem respingar nos lojistas de pequeno e médio porte, como os empresários que administram franquias. Com as dúvidas sobre o mercado, é possível que parte deles adie ou desista de abrir novas unidades. Já os grandes varejistas, com grandes planos de expansão, devem manter a rota.

"Pequenos lojistas têm mais condições de pisar no freio, porque lidam com poucas lojas. Os grandes têm planejamento maior, com investimentos já contratados, é mais difícil suspender", explicou Veiga, acrescentando que a piora da economia nacional ainda é insuficiente para alterar os projetos de grandes empresas.

Em relação à locação dos espaços nos shoppings, Veiga prevê uma maior dificuldade por parte das operadoras, tendo em vista o pé no freio entre os lojistas menores e a maior concorrência para atrair interessados para as novas unidades.

"A locação não está fácil, mas isso dependerá da capacidade das empresas que operam os shoppings", afirmou, minimizando a probabilidade de aumento significativo dos espaços vagos. O setor chegou ao fim de junho com 2,2% de vacância, patamar estável ante a média do trimestre, segundo dados da Abrasce.



Veículo: O Estado de S. Paulo


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