Consumidor mineiro está descapitalizado

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Maioria está com sua dívida em dia.

A pesquisa de Orçamento Doméstico realizada pela Federação do Comércio, de Bens e Serviços de Minas Gerais (Fecomércio Minas) indica que mais da metade (53,7%) dos consumidores de Belo Horizonte conseguiu pagar seus compromissos em dia no mês julho, mas ficou sem reserva alguma para poupar. Esse percentual está acima do encontrado em junho, mês em que 46,5% receberam apenas para quitar as dívidas.

Por outro lado, 43,9% garantiram alguma sobra em julho depois de tirar o necessário para as contas do mês, menos do que o número de junho, quando 48,7% estavam nesta situação. Pior foi caso de 1,9% que para pagar as despesas mensais precisou recorrer ao cheque especial, ao cartão ou a outras formas de financiamento. Entretanto houve uma melhora, já que em junho este percentual estava em 3,2%.

Quando a renda não é suficiente para cobrir as despesas do mês, o mais comum, segundo 64,7% dos consumidores, é cortar os gastos com supérfluos. Há um grupo (26,2%) que deixa de pagar algum tipo de conta ou prestação, enquanto 8,4% usam recursos da poupança ou de aplicações financeiras. Os que tomam empréstimos com parentes ou conhecidos representam 0,3% dos entrevistados.

O levantamento mostrou também que aumentou em relação a junho, passando de 71,7% para 79,5%, o percentual de famílias que buscaram planejar os gastos do mês, embora somente 42% delas tenham dado conta de cumprir a risca o orçamento programado. De acordo com a pesquisa, 30,7% dos consumidores seguiram parcialmente o planejamento e 6,8% acabaram deixando tudo de lado. Por outro lado, 20,5% admitiram não ter qualquer forma de programação de gastos.


Impulso - E embora 68% dos entrevistados da Fecomércio tenham respondido que não fizeram compras por impulso em julho (mais do que o percentual de junho, de 55,9%), o que se percebe é um contrassenso entre o que eles respondem e prática do dia a dia.

Essa incoerência entre intenção é hábito, denominada Gap, é mensurada na pesquisa e traz uma informação muito importante. O Gap perto de zero indica prudência por parte do consumidor, mas ele só ficou abaixo de 1% em Belo Horizonte no auge da crise econômica, em medos de 2009, época em que as pessoas eram muito austeras com os gastos. Em julho último, o Gap detectado pela Fecomércio estava em 11,4%, menor do que o junho (15,2%) e também do encontrado em julho de 2012 (29,7%).

O principal gasto das famílias continua sendo com a alimentação, responsável por 31,7% de suas despesas correntes. Em seguida no ranking estão os gastos com bens e serviços de primeiras necessidades como a água (16% das despesas), energia elétrica (14,4%), telefone fixo (10,1%), educação (5,9%) e aluguel (3%).

O cartão de crédito, por sua vez, manteve, de longe, a dianteira entre os compromissos financeiros dos consumidores, com 67,4% das repostas, contra 54,7% de junho. A pesquisa mostra também que 72,5% das pessoas que utilizam essa forma de pagamento optam por parcelar as compras.

Já os financiamentos de carros tiveram recuo em julho e representaram 1,7% dos compromissos dos consumidores, ante 6% no mês anterior. Houve redução também nos pagamentos feitos com cartões de lojas, que passaram de 14,3% em junho para 13,9% no mês passado.

Os empréstimos com bancos aumentaram de 5% para 6,3%, assim como a utilização do cheque especial, que respondeu por 4% das despesas financeiras das famílias em junho e por 5,9% em julho. Quando perguntados se optariam pelo pagamento à vista caso os lojistas oferecessem descontos, a grande maioria (89,7%) respondeu que sim, contra 10,3% que continuariam comprando a prazo.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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