Segunda maior rede de varejo do mundo, o Carrefour analisa a hipótese de uma oferta pública inicial de ações (IPO) de sua operação no país, apurou o Valor com fontes a par da assunto. O tópico foi tema de discussão nas últimas reuniões do conselho de administração da companhia na França. A rede varejista passou a incluir o Brasil no grupo de países emergentes que são alvo de análises para abertura de capital de suas subsidiárias no mundo.
O presidente mundial do Carrefour, Georges Plassat, está no Brasil, e há informações no mercado de que, entre as discussões com o comando local, está a operação de abertura de capital, que pode envolver uma oferta secundária, com recursos destinados à matriz.
Uma oferta inicial de ações da rede por aqui é uma possibilidade que já foi aventada pelo mercado algumas vezes. A operação entrou na pauta da companhia num momento agitado para o varejo. Está sendo discutida na semana seguinte ao desligamento de Abilio Diniz da presidência do conselho do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e enquanto está em preparação a oferta de ações da Via Varejo, empresa controlada pelo GPA. O BTG estaria entre os coordenadores da oferta da rede. Procurado, o banco e o Carrefour informaram que não comentam rumores de mercado.
Se ambas forem à bolsa, podem movimentar até R$ 4 bilhões cada uma, segundo apurou o Valor, e devem competir pelo mesmo perfil de investidor - mas o aval para as operações deve considerar as condições do mercado. Além delas, existe ainda a possibilidade de Diniz, depois de ter deixado o conselho do GPA, tomar a decisão de vender 23,5 milhões de ações PN do grupo que ainda possui. Com essa operação, o empresário poderia levantar, em preço de ontem, cerca de R$ 2,2 bilhões.
Pelo acordo fechado na semana passada com o Casino, controlador do GPA, Abilio tem o direito de voltar ao varejo. Seus primeiros desentendimentos com o sócio surgiram após negociações do empresário para uma fusão do GPA com o Carrefour. Aos mais próximos, Abilio diz que não pretende se desfazer das ações de forma imediata e em grandes volumes.
Plassat chegou ao Brasil na manhã de ontem. É a sua segunda viagem ao país desde junho. O Valor apurou que ele veio também tratar do nome do novo presidente do Atacadão - o holandês Gerard Scheij deixou o cargo dias atrás.
Veículo: Valor Econômico