Preços desaceleraram de forma temporária, afirma Gustavo Franco

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O arrefecimento da inflação é sazonal, na avaliação do ex-presidente do Branco Central (BC) e sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco. "Não é um recuo estrutural da inflação. É cedo para que a política monetária já esteja mostrando efeitos", disse.

Para o especialista, é missão do Banco Central fazer as contas e decidir qual é a taxa de juros necessária para conter a alta de preços, mesmo que afirme que "faz pouca diferença se a taxa for de dois dígitos, ainda que haja simbolismo", colocou.

O economista também afirmou que era esperado o rebaixamento da perspectiva dos títulos da dívida do Brasil pela agência de risco Moody's, de positivo para estável.

Segundo ele, o movimento de rebaixamento da nota em si talvez seja mais lento. "A decisão de fazer um movimento só na perspectiva é quase um compromisso, um primeiro aviso. Nesse caso em particular, reduzir de positivo para estável é quase uma gentileza."

Na opinião de Franco, o fato de a equipe econômica brasileira mencionar o déficit em conta corrente é indício de que as contas externas preocupam o governo. "Toda vez que alguma autoridade econômica diz que o déficit em conta corrente será confortavelmente financiado pela conta de capitais é que ela está preocupada."

Mais cedo, o presidente do BC, Alexandre Tombini, declarou em Londres que o déficit em conta corrente é "confortavelmente financiado" pelo investimento estrangeiro direto. Franco destacou que a forte desvalorização do real interferiu não apenas nas contas externas, mas também gerou repercussão inflacionária.

Apesar disso, defendeu que as autoridades têm responsabilidade de tomar uma decisão sobre o reajuste de preços da gasolina. "O reajuste é urgente, pois a Petrobras vem tendo prejuízos espetaculares com esse adiamento", completou.

Fed

A mudança na política monetária nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central ) tende a esvaziar as entradas de capital no Brasil nos próximos tempos, mas não deve gerar crise. Para Franco, quando a redução dos estímulos for anunciada, será um prenúncio de um ambiente externo mais complicado. "[O Brasil] preparado está. Isso não vai produzir nenhuma crise, apenas vai tornar mais difícil o que já tem sido difícil, que é acelerar o crescimento a taxas além das insatisfatórias de hoje". Ele ressaltou ainda que o "insatisfatório" é uma avaliação de pessoas do próprio governo.

Durante palestra no DemoDay, ele criticou a acomodação dos empresários com o financiamento governamental.



Veículo: DCI


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