A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou para 0,49% na terceira quadrissemana de outubro, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou 0,04 ponto percentual acima do registrado na leitura imediatamente anterior, quando o indicador variou 0,45%.
Das oito classes de despesas analisadas pela FGV, quatro apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Alimentação (0,63% para 0,79%), Educação, Leitura e Recreação (0,32% para 0,49%), Habitação (0,54% para 0,57%) e Despesas Diversas (0,07% para 0,14%).
Em contrapartida, apresentaram decréscimo os grupos Transportes (0,06% para 0,02%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,47% para 0,43%) e Vestuário (0,91% para 0,75%). O grupo Comunicação repetiu a taxa de variação registrada na última apuração, de 0,38%.
Com o resultado, o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, manteve a estimativa de uma taxa de inflação de 0,60% para o indicador em outubro. Ele disse que o comportamento da maior parte dos grupos integrantes do índice está seguindo a trajetória inicialmente prevista, mas não descartou até um número inferior para a inflação geral, depois de uma surpresa favorável vinda na terceira quadrissemana do mês com Vestuário.
"Está tudo dentro do roteiro e até pode ser que o número do mês venha mais baixo do que a projeção inicial, mas não vou mexer na estimativa", comentou Picchetti, principalmente porque o grupo Alimentação vem confirmando uma tendência de recuperação importante. "A inflação pode até ficar um pouco abaixo de 0,60%, mas acima disso eu acho difícil ficar", avaliou o especialista.
Entre as duas divulgações, o avanço do grupo Vestuário desacelerou antes do que era esperado por Picchetti. "Foi a única surpresa, pois veio mais cedo do que imaginávamos", disse. "De resto, não houve grandes novidades", acrescentou.
Especificamente em relação à Alimentação, Picchetti salientou a queda cada vez menos intensa do segmento Hortaliças e Legumes, que passou de 7,28% para 4,34% entre a segunda e a terceira quadrissemana. De acordo com ele, esta baixa menor respondeu por 0,03 ponto percentual da aceleração da inflação geral.
Sempre comedido com a tradicional volatilidade da parte de alimentação in natura, o coordenador do IPC-S chamou a atenção para a briga de forças dentro do próprio segmento de Hortaliças e Legumes. Conforme a FGV, enquanto o preço médio da cebola intensificou a queda, de 20,50% para 21,57%, o valor médio do tomate ampliou o movimento de alta, passando de 7,91% para 15,82%.
Veículo: DCI