Grandes empresas sentem avanço tímido no 3º trimestre

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Grandes empresas do varejo sentiram diretamente os efeitos adversos da atual conjuntura econômica, mesmo em meio à tímida recuperação do setor em 2013. Fatores como a inadimplência das famílias, a maior cautela na hora de consumir e o esfriamento do mercado de trabalho levaram companhias a registrar até 90% de diminuição do lucro líquido no terceiro trimestre.

É o caso da Restoque, rede varejista de moda premium dona das marcas Le Lis Blanc, Bo.Bô e John John. O lucro líquido ajustado da empresa teve redução de 93,6% na comparação entre o terceiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2012. Saraiva e Brasil Pharma também tiveram desempenho pouco animador entre julho e setembro.

O lucro líquido ajustado da rede de varejo farmacêutico - proprietária dos playersFarmais, Big Ben, Sant'Ana, Rosário e Mais Econômica - teve recuo de 49,8%. Segundo a companhia, o principal motivo para o lucro de R$ 13,5 milhões foi o "alto nível de depreciação e amortização de R$ 149 milhões e pelo aumento em nossas despesas financeiras".

Já o braço varejista da Saraiva (excluindo a participação da editora) teve perdas de R$ 1,7 milhão.

Para o diretor de pesquisa econômica da consultoria GO Associados, Fabio Silveira, os resultados são reflexos da redução do nível de consumo, ainda que o varejo venha crescendo aos poucos neste ano. "Famílias ficaram mais conservadoras na hora de consumir na medida em que o aumento de emprego e o crescimento real da renda não tem o mesmo dinamismo", pontua.

Para Silveira, ainda que o volume de vendas do varejo venha tendo variações positivas mês após mês, o incremento é muito tímido se comparado a anos anteriores. "Em setembro, por exemplo, houve crescimento de 0,3% ante o mesmo mês de 2012 segundo o IBGE. É um número minúsculo ao se considerar que há dois ou três anos a variação observada era de 4%."

Segundo o professor de economia da faculdade de administração da ESPM, José Eduardo Amato Balian, uma combinação de fatores colabora para a diminuição da lucratividade e até prejuízo dos players. "Junto com o crescimento vagaroso do PIB e o maior endividamento das famílias estão os aspectos próprios de cada empresa", aponta. "Caso estejam vendendo o que venderam no ano passado já não é tão negativo, mas se as despesas internas crescem, o lucro vai diminuindo."

O professor informa ainda que a tendência por parte das empresas deve se focar cada vez mais na redução de despesas, conforme já foi efetuado por grandes companhias do setor supermercadista ao longo deste ano. "É uma tendência haver um esforço maior das companhias para cortar custos internos. Já que se vende quase a mesma coisa que em 2012, é uma das maneiras viáveis de melhorar a rentabilidade."

Quanto às expectativas para os próximos trimestres, Balian descarta uma mudança radical no varejo. "Não há perspectiva de muito favorável de crescimento, e nesse ritmo o desemprego pode aumentar. As perspectivas não são tão favoráveis, devem se manter semelhantes em 2014."



Veículo: DCI


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