Alimentos devem ter menos peso nos preços do atacado

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Os Índices Gerais de Preço (IGPs) devem sofrer uma pressão menor dos alimentos no próximo ano devido à expectativa de safras boas no Brasil e no exterior. Os especialistas consultados pelo DCI, no entanto, acreditam que podem ocorrer novos reajustes nos preços dos combustíveis e o comportamento do câmbio ainda representa uma incógnita.

Segundo o coordenador dos IGPs do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), Salomão Quadros, existe uma regra divulgada pela Petrobras que pretende convergir os preços aplicados no Brasil para os internacionais em um período de 24 meses, então "pode ser que o ano que vem ainda tenhamos uma rodada de preços controlados, mas por enquanto é imprevisível sabermos, pois essa é uma decisão política", colocou.

Na opinião do professor da Faculdade Metrocamp, Fabrício Pessato, como o próximo ano é um ano eleitoral, "vai pegar muito mal aumentar a gasolina no ano que vem, principalmente no segundo semestre", disse.

Sobre os alimentos, Quadros afirmou que "no começo do ano tem os grandes aumentos de hortaliças, legumes e frutas. Os produtos in natura se ressentem demais das mudanças de temperatura e costumam ter uma alta de 2 dígitos. Outros itens, que são alimentos processados devem continuar no movimento de desaceleração. Não dá para escapar dessas altas extravagantes dos in natura, mas no conjunto mais amplo dos alimentos a tendência é suavizar", completou.

Por outro lado, o especialista ressaltou que os preços dos produtos industriais vão depender um pouco da demanda mas também de como vai se comportar a taxa de câmbio. "Essa é um ponto de interrogação, porque temos uma situação deficitária no balanço de pagamentos", colocou.

O professor Pessato reiterou que um problema estrutural do Brasil é a inflação inercial; "Nós começamos o ano já perdendo de dois para a inflação causados pela inércia e temos falta de condições de controlar", disse.

O boletim Focus, divulgado na última segunda-feira pelo Banco Central, apontou que analistas esperam um Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de 0,50% em dezembro e de 0,55% em janeiro de 2014.

Prévia

Ontem a FGV divulgou que a primeira prévia do IGP-M de dezembro, que corresponde ao primeiro decêndio do mês, variou 0,32%. No mesmo período de apuração do mês anterior, a variação foi de 0,30%.

Segundo Salomão Quadros, no caso do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), os grupos com maior peso, que são bens intermediários e matérias primas brutas tiveram desaceleração. O primeiro passou de 0,11% para 0,03% e o segundo de 1,09% para 0,81%. A principal contribuição para a desaceleração dos bens intermediários veio do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, de 0,28% para -0,01%. No caso das matérias primas brutas contribuíram para a queda: minério de ferro (3,56% para 0,47%), cana-de-açúcar (0,52% para -1,45%) e suínos (7,43% para -2,57%).

"Não são visíveis novas pressões que venham a se transformar para os preços ao consumidor, por enquanto estão em uma situação de acomodação, com indicadores parecidos com o ritmo do mês de novembro", disse.

O IPA registrou variação de 0,26% no período, mas Quadros ressaltou que nas próximas leituras devemos ter uma pressão maior do recente reajuste dos combustíveis, que começou a valer no dia 30 de novembro.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou taxa de variação de 0,47%, no primeiro decêndio de dezembro. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 0,39%. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (0,17% para 0,93%). Nesta classe de despesas, vale mencionar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de -1,20% para 33,18%. Segundo Quadros, passagens aéreas e vestuário (que passou de 0,42% para 0,81%) são dois itens que tem alta sazonal nesta época do ano.



Veículo: DCI


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