Venda de última hora faz lojistas faturarem no País

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Após incertezas econômicas tanto dos empresários quantos dos consumidores, as vendas de última hora livraram os lojistas de um Natal amargo. Promoções e consumidores em busca de preço e qualidade fizeram com que os estoques fossem reduzidos nos quatro dias que antecederam a principal data do varejo.

Segundo o gerente da expansão da Hope Sylvio Korytowski, as operações da rede de franquias que atuam com roupa íntima e homewear (pijamas) foram excelentes no período. "Nossas projeções para as vendas de Natal foram cautelosas, mas fomos surpreendidos. Não esperávamos um fluxo tão bom neste período. Superou as nossas expectativas em 30%", disse ao DCI.

Entre os produtos mais vendidos do período, o diretor da Hope informou que foram as lingeries branca e prata, para o réveillon e os itens para dormir. "O consumidor enxerga os pijamas como um bom presente, logo temos muita demanda nessa categoria." Korytowski explicou que o estoque excedente, entre 6% a 10%, é saudável para a rede uma vez que não efetuou o capital de giro das lojas. "Nosso planejamento foi bem estruturado, então o que sobrou já estava em nossos planos e nos ajudam no saldão em janeiro", disse. Korytowski explicou também que janeiro tornou-se um mês bom de vendas para Hope uma vez que os consumidores atrasam suas compras dessa categoria para aproveitar os preços baixos. "Isso é comum, vermos os consumidores esperando janeiro para comprar esses artigos", concluiu ele.

Na operação de O Boticário do Tivoli Shopping, em Santa Barbara D'Oeste, no interior de São Paulo (SP), as vendas de última hora "salvaram o Natal 2013", conforme afirmou a gerente da loja Luciana Savavi. "A nossa expectativa era de um Natal fraco, mas no último final de semana fomos surpreendidos", disse Luciana.

A gerente explicou em entrevista ao DCI que, alguns produtos estão com seus estoques muito baixo e existe a possibilidade que o consumidor não os encontre nos dia 26 e 27, após o Natal. "A colônia Lily Essence e o hidratante da mesma linha venderam bem e começo a me preocupar em não ter em estoque depois do Natal. O mesmo aconteceu com a linha Malbec", explicou.

Luciana afirmou que uma das categorias que vendeu menos que o esperado foi a Cuide-se Bem, novidade no O Boticário. "Foi vendido, mas bem menos que a Nativa Spa, de maior valor agregado". A loja de Santa Barbara D'Oeste, projetou incremento de 5% nas vendas do período e segundo a gerente, resultado expressivo. "Chegamos a pensar que as vendas não teriam incremento significativo no período", disse, ao que completou: "Na segunda-feira à tarde os corredores ficaram relativamente vazios no período da tarde. Depois das 18 horas é que o fluxo aumentou".

Para especialista em shopping center e varejo e diretor executivo da Make it Work, Michel Cutait, a explicação do fluxo razoavelmente menor no fim de semana que antecedeu o Natal - nos shoppings - foi ocasionado pelo feriado prolongado. "Este ano, muitas empresas começaram o seu recesso no sábado, logo boa parte dos consumidores preferiram deixar a cidade do que fazer compras."

Cutait circulou com o DCI por dois shoppings em São Paulo: Center Norte e Pátio Higienópolis. No primeiro, na zona norte de São Paulo, o melhor dia de venda foi no sábado. No domingo na hora do almoço, apenas lojas em promoção tinham fluxo de clientes. "Acredito que houve antecipação de compras. O Center Norte é um fenômeno de vendas, deveria estar mais cheio", explicou o especialista.

No Pátio Higienópolis, nem a hora do almoço foi capaz de levar o consumidor em massa para o empreendimento. O fluxo de consumidores começou a aumentar após as 15 horas, e as lojas estavam vazias. "Nessa operação, em específico, o hábito de compra é diferenciado. Esse consumidor não tem pressa em fazer as compras e acorda mais tarde, por exemplo. Mas, mesmo com tudo isso, já era hora de corredores cheios e isso não foi visto por aqui", argumentou o especialista.

O comércio popular foi o que menos sofreu com a possibilidade de vendas fracas. O gerente da matriz das lojas Armarinhos Fernando, na 25 de Março, Ondamar Ferreira, afirmou que seus estoques foram reduzidos praticamente a zero entre os dias 21 e 24 de dezembro. "Não podemos manter produtos nas lojas, precisamos de espaço para as categorias de material escolar", disse. Ferreira afirmou também que neste ano não houve queda no fluxo de pessoas como o estimado por entidades setoriais. "As ruas da região estavam cheias e a loja nem se fala", concluiu ele.

O presidente da Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega (Saara) no Rio de Janeiro, Enio Bittencourt, comemorou. "Tivemos de 10% a 15% a mais de faturamento. Dia 24, recebemos mais de 1 milhão de pessoas nas 11 ruas", disse Enio.



Veículo: DCI


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