Resultados das vendas em supermercados e hipermercados em novembro confirmam a retomada das vendas do setor no segundo semestre do ano, após resultados mais fracos na primeira metade de 2013. Houve aumento real de 9,78% na receita das lojas (descontada a inflação) em novembro em relação ao mesmo período de 2012, quando o desempenho já havia sido comemorado pelas varejistas. Em setembro, a alta havia sido de 3,26%.
De janeiro a novembro de 2013, o segmento cresce 5,65%, em cima de uma alta de 5,29% no mesmo período de 2012. Esse mercado deve fechar o ano com crescimento de 5% nas vendas reais (a previsão inicial era de 3,5%) versus expansão numa faixa semelhante, de 5,3%, em 2012.
Altamente dependente dos ganhos de renda e da manutenção dos índices de emprego - e menos sensível à credito - o varejo de alimentos historicamente mostra resiliência em períodos de baixo crescimento econômico. Mas sofreu alguns altos e baixos em 2013 - sentindo especialmente os efeitos nocivos da escalada inflacionária nos supermercados. Incertezas e falta de confiança na economia afetaram humor do consumidor em determinados períodos, especialmente no período dos protestos nas ruas.
No segundo semestre, com menor pressão de aumento de preços dos alimentos, a taxa de crescimento subiu de forma mais acelerada. "As vendas até novembro mostram que o nosso setor alcança resultados muito positivos neste ano e as perspectivas continuam muito boas para as vendas do final de ano. [Isso] mostra que o brasileiro continua consumindo bem, pois sua renda permanece estável", informou em nota o presidente da Abras, Fernando Yamada. O rendimento real do trabalhador brasileiro subiu 1,8% no acumulado até outubro, segundo o IBGE.
Para efeito de comparação, o varejo em geral, que inclui outros setores como comércio de eletrônicos e de moda, deve apurar crescimento real de 4,1% neste ano, segundo cálculos do Instituo para o Desenvolvimento do Varejo (IDV). Portanto, a expansão do comércio de alimentos supera a marca do setor. Também favoreceu o desempenho deste mercado o fato de algumas das maiores redes do país terem se tornado mais agressivas em preço. Varejistas entraram numa batalha por preço baixo neste ano - como Walmart e Extra -, o que pode ter ajudado a sustentar maiores volume de itens vendidos nas lojas.
Veículo: Valor Econômico