Preços devem acelerar mais de 6% em 2014

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A inflação oficial deste ano deve ficar acima de 6%. Esta é a expectativa de especialistas consultados pelo DCI depois do governo divulgar na última sexta-feira que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 5,91% no ano passado, acima das expectativas do mercado e de previsões dadas anteriormente pelo governo, que esperava um indicador menor que os 5,84% registrados em 2012.

Para o presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), Manuel Enriquez Garcia, neste ano de 2014 o governo deve ter mais dificuldade em conter a inflação devido a um menor controle das contas publicar por ser um ano eleitoral, "o esforço para diminuir as despesas é muito pequeno", disse.

"O fechamento das contas de 2013 não dão uma boa expectativa para a inflação em 2014 a expectativa do mercado deve aumentar nas próximas semanas para muito próxima do limite superior da meta, até porque o Banco Central espera que a energia aumente em até 7,5%, embora não preveja aumento de combustíveis", completou.

Sobre o resultado de 2013, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, divulgou por meio de nota que "a inflação ao consumidor medida pelo IPCA encerrou 2013 em 5,91%, mostrando resistência ligeiramente acima daquela que se antecipava. Essa resistência da inflação, em grande medida, se deveu à depreciação cambial ocorrida nos últimos semestres, a custos originados no mercado de trabalho, além de recentes pressões no setor de transportes". O documento também ressaltou o fato de que, apesar do indicador estar acima de 2012, ainda ficou dentro da meta fixada pelo governo, que tem como centro 4,5% e limite máximo de 6,5%.

O ministro interino da Fazenda, Dyogo Henrique, disse na última sexta-feira que o resultado da inflação de 2013 não surpreende o governo. "Já esperávamos que dezembro tivesse um índice um pouco mais alto por conta do aumento do preço da gasolina e também porque é um período de férias, quando as passagens aéreas tiveram uma contribuição para que o índice viesse um pouco mais alto em dezembro", destacou o ministro.

Para ele, o importante é que o índice está dentro da meta, demonstrando por parte do governo que a inflação no Brasil está sob controle, sem perspectiva de aumento exagerado de preços. "Isso que é mais importante para o País e para a população brasileira - nós termos a segurança de que estamos mantendo a inflação dentro dos patamares e dentro das metas", completou o ministro que substitui o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, no período de férias.

Segundo Eulina Nunes, coordenadora dos Índices de Preços do IBGE, no ano passado "os alimentos ficaram com a maior alta, a maior variação de grupo, individualmente os itens refeição fora de casa, aluguel residencial e empregada doméstica juntos dominaram a quarta parte do IPCA do ano. Outros produtos ficaram mais caros também como a gasolina, mas contando a taxa do ano foram importantes as contas de energia elétrica, que ficaram 15, 66% mais baratas, liderando a categoria dos itens que ajudaram a conter a inflação de 2013. Energia mais barata, aliada a tarifas mais baratas de transportes urbanos, foram marcos no IPCA do ano", completou a coordenadora durante coletiva de imprensa.

Dezembro


No último mês do ano, o IPCA chegou a 0,92%, este foi o maior indicador mensal desce abril de 2003, quando atingiu 0,97%, e, ainda, o maior IPCA dos meses de dezembro desde 2002, cujo resultado chegou a 2,10%.

De acordo com a coordenadora do IBGE, "a taxa de 0,92% no IPCA de dezembro do ano passado tem por destaque a gasolina, cujos preços foram reajustados em 4% nas refinarias com reflexo nas bombas e ao consumidor, e as passagens aéreas que mostraram a demanda aquecida do final de ano com consequente aumento nos preços".

"Juntos, esses dois itens, foram responsáveis por um terço do IPCA do mês de dezembro, além disso, outros itens de consumo tiveram seus preços mais elevados, como os alimentos, que voltaram a subir e atingiram 0,89%."

Segundo o IBGE, o litro da gasolina ficou, em média, 4,04% mais caro, ressaltando que o consumidor da Região Metropolitana de Salvador passou a pagar 15,85% a mais pelo combustível. A alta é reflexo, nas bombas, do reajuste de 4% ocorrido nas refinarias a partir de 30 de novembro. Já nas passagens aéreas o aumento médio foi bem maior e chegou a 20,13%, superado por regiões como Fortaleza e Salvador, com variações de 30,48% e 31,74%, respectivamente.

O IBGE também divulgou na que irá incluir no cálculo do indicador, já em janeiro, as regiões metropolitanas de Vitória (ES) e Campo Grande (MS).



Veículo: DCI


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