Um dos produtos mais comercializados nesta época do ano são as bebidas; artigos para a folia têm baixa procura
O comércio de produtos típicos para a data ainda não empolga, mas os lojistas calculam que a procura vai crescer faltando poucos dias para o Carnaval. Entre os supermercados, a expectativa é pelo clima, que influencia diretamente a venda do principal item deste período: as bebidas.
Proprietário há 15 anos da Glow, loja de fantasias em Porto Alegre, Paulo Scherer conta que o movimento não tem sido forte. “A classe C está bastante endividada”, avaliou. Em compensação, alguns eventos têm melhorado a cada ano seu resultado, como o Halloween, Dia das Bruxas tradicional no hemisfério norte, comparou ele.
Para o primeiro Carnaval de Arthur, de nove meses de idade, que estará no bloco Maria do Bairro, a mãe e moradora da Cidade Baixa Cintia Rebis comprou uma fantasia de palhaço. O tradicional bloco desfilou no sábado à tarde e costuma reunir milhares de participantes.
Também em busca de fantasias prontas, o lojista Fabio Teixeira lamentou o desinteresse com os bailes de Carnaval nos clubes. Em sua cidade, Nova Prata, o clube municipal anunciou, pela primeira vez, que não fará a tradicional festa neste ano. Teixeira comprava disfarces para revenda em sua loja. “O Carnaval nos clubes está caindo”, constatou.
Na mesma loja especializada, a moradora de Sertão Santana Angela Tessmann Bitencourt procurava uma fantasia para o filho Yuri e uma coroa para o colega que desfilaria na gincana da escola como “rei Pelé”. No evento, promovido pelo município, a escola veste fantasias, e seu filho iria com uniforme de Seleção Brasileira. Para o Carnaval, ele escolheu uma máscara do “Homem de Ferro”.
A internet pode ajudar a resolver a dúvida entre comprar uma fantasia pronta ou prepará-la em casa. O site Zoom, que compara preços, constatou diferença de 11% entre os anúncios de fantasia de “Mulher Maravilha”, a partir de R$ 116,91. No disfarce de “Chaves”, o comediante mexicano, há variação de 17% no preço (o mais barato custa R$ 162,33, enquanto a montagem da fantasia pode custar R$ 171,90). Ancorado na venda de bebidas, o movimento dos supermercados durante o Carnaval depende muito do clima, mas em geral a data representa em torno de 3% das vendas do setor, estima o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Cesa Longo. Com calor, o comércio de cerveja pode subir 40% nos dias da festa em relação à procura habitual.
Veículo: Jornal do Comércio - RS