Em um momento em que 70% das vendas são realizadas a prazo, os comerciantes criam estratégias para evitar os calotes. Em Minas Gerais, cerca de 90% dos lojistas não aceitaram cheques em janeiro para evitar a inadimplência. O resultado foi a predominância do cartão de crédito, com representatividade de 82%, segundo pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas).
A pesquisa revelou que apenas 30% das vendas de janeiro ocorreram com pagamento imediato, ou seja, em dinheiro, cheque ou cartão de débito. A grande maioria dos produtos comercializados gerou transações em cartão de crédito, cartão próprio e cheques pré-datados.
Proporcionalmente, as compras a prazo ocorrem principalmente no cartão de crédito, com representatividade de 82%. Já o cheque pré-datado representa 10%; os cartões de crédito próprios, 5%; e os boletos bancários, 3%.
Segundo o economista da Fecomércio Minas Juan Moreno de Deus, a maior utilização do cartão de crédito tem ligação com a facilidade de realização das compras. As aprovações são mais rápidas, além de existir uma possibilidade de parcelamento a serem pagos em vários meses.
Em se tratando de cartão de crédito, os parcelamentos ocorrem em até 12 vezes, sendo a maioria em quatro parcelas (20,8%) e em três (20,1%). Outras 18,8% das vendas ocorrem em seis parcelas e 13,4% em cinco.
Já no caso do cartão próprio, o número de parcelas tem alcance maior de até 18 parcelas, sendo 5,3% das vendas de janeiro. Nessa modalidade de crédito, a maioria (26,3%) das compras foram feitas em 12 parcelas.
Cheques - O número máximo de parcelas registrado no caso das compras com cheques pré-datados é de 24, com uma participação de 5,7% das vendas nessa modalidade de crédito. Em carnês e boletos o número de parcelas máximas quantificadas foi 25, com uma representatividade de 16,7%.
Segundo o economista, levando-se em conta que o maior número de clientes querem pagar a prazo, os comerciantes têm ficado cada vez mais preocupados com a inadimplência. Por essa razão, 90% dos comerciantes usam como estratégia para fugir do calote a não aceitação dos cheques. Os 8% que admitem o pagamento com essa modalidade utilizam um cadastro. " preciso tomar alguns cuidados para evitar a inadimplência. No caso das vendas no cartão, os comerciantes estão mais resguardados porque o banco se responsabiliza pelo pagamento. Já com cheque não é esse o caso", afirma.
Veículo: Diário do Comércio - MG