Linx tem caixa para aquisições mas varejo preocupa em 2014

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A empresa de tecnologia Linx completa um ano de sua listagem na Bolsa de Valores de São Paulo neste mês de fevereiro e promete seguir seus planos de crescimento acelerado com fusões e aquisições em seu segmento, mesmo diante de preocupações com o desaquecimento do varejo.

"Temos um caixa bastante robusto de R$ 335 milhões e dada a nossa experiência - já fizemos 16 aquisições - iremos prosseguir em nosso projeto de realizar novas aquisições", afirmou o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Linx, Dennis Herszkowicz.

Em 24 de novembro último, a empresa registrou a aquisição da LZT Soluções de Informática por R$ 30,48 milhões, e da Ionics Informática e Automação por R$ 12 milhões. "Seguramente vão acontecer novas aquisições, certamente. Mas por questões estratégicas, nós não informamos quando elas irão acontecer", diz.

Na Bolsa de Valores, a ação com direito a voto da Linx está entre as maiores altas dos últimos 12 meses. Desde o lançamento, o papel avançou 55% para R$ 42,03 ante o preço de R$ 27 na oferta inicial. Ontem, a ação subiu 1,89%.

Em seu balanço do quarto trimestre divulgado na última quinta-feira, a empresa reportou crescimento de 34,7% da receita recorrente para R$ 70 milhões no período encerrado em dezembro. "O resultado foi considerado bom, quando consideramos que as expectativas para a economia eram muito ruins e mesmo assim conseguimos entregar o que o investidor esperava de nós. Isso é um bom sinal", considerou.

O diretor explicou que a receita recorrente é um resultado "mais nobre" e responde por 77,4% da receita bruta da companhia. "A receita recorrente gera uma margem bruta muito mais alta e gera uma previsibilidade muito grande para o exercício", afirma.

Nos dados do balanço, o lucro antes de impostos, taxas, depreciações e amortizações (Ebitda) do quarto trimestre, excluindo os gastos remanescentes da venda do Dcred e a alienação de um imóvel em Montenegro, no Rio Grande do Sul, foi de R$ 23 milhões, 26,4% superior ao Ebitda de igual período de 2013. "O Ebitda veio acima do esperado pelos analistas", comentou o diretor.

O executivo detalhou que a taxa de renovação dos clientes está em 99% por trimestre. No período entre setembro e dezembro de 2013, a companhia ganhou 5,932 mil novas contas e atingiu uma base total de 25,067 mil clientes.

"Entre as dúvidas do investidor, o que estamos recebendo nos últimos meses é como estamos vendo a performance do varejo, já que somos focados no comércio varejista. O mercado quer saber como está o varejo, para depois tentar entender essa atual desaceleração pode gerar algum impacto no nosso resultado", diz o diretor.

Dennis contou que a companhia possui um percentual alto de investidores estrangeiros em sua base de acionistas. "A liquidez [negociação] do papel foi bem maior do que imaginávamos no início de 2013 e estamos satisfeitos com o nível de liquidez, tanto no volume financeiro como no número de negócios diários."

O diretor relatou que o nível de entendimento dos investidores sobre o negócio da Linx é muito alto. "Nós tínhamos uma preocupação antes do IPO [oferta inicial de ações] face que tecnologia não é um setor com muitas empresas de capital aberto, nós pensamos que poderia demorar muito tempo para o investidor entender o negócio e o modelo, mas na prática isso não aconteceu", disse.

Dennis relatou que a empresa não possui planos para buscar mais recursos no mercado de capitais seja em debêntures ou notas promissórias. "Não temos nenhuma necessidade de buscar recursos. Faturamos R$ 331 milhões no ano passado, um volume considerável de recursos. A alta dos juros é muito ruim nesse aspecto do desempenho econômico brasileiro como um todo, mas quem tem um caixa do nosso tamanho, isso até nos gera um ganho específico em receitas financeiras", argumentou o executivo.

Quanto à geração de dividendos, a empresa propôs o pagamento de R$ 15 milhões, além dos R$ 10 milhões já pagos como juros sobre capital próprio em 22 de novembro do ano passado. Ao todo, 40% do lucro líquido de 2013.

Riscos


O diretor considerou que para 2014, os riscos em torno do negócio são pequenos. "Boa parte foi contratada com antecedência, o que vamos entregar esse ano [2014] foi construído ao longo do ano passado [2013]. Isso significa que a margem para erro é muito baixa. Temos muita confiança que não temos nenhum grande risco para esse ano", apontou.

Para o longo prazo, o diretor responde que os riscos e as oportunidades são relacionados à inovação tecnológica. "Inovações podem mudar o rumo da tecnologia utilizada por varejistas, ao mesmo tempo, é a nossa oportunidade, porque se conseguirmos nos prepararmos e liderar essa inovação na tecnologia para o varejo, caso contrário, eventualmente perder a chance de ter um crescimento mais robusto", diz.




Veículo: DCI


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