Se para o comerciante está difícil, para o consumidor final o preço e a qualidade estão ainda pior. A dona de casa Íris Filippi foi ao comércio de Anderson Douglas Reichirt, no Garcia, com a esperança de encontrar folhosas mais em conta. Ela comenta que em supermercados o valor dos produtos quase triplicou. Usa como exemplo o repolho, que passou de cerca de R$ 2 para R$ 4.
– Não sei como dá para substituir uma coisa por outra. O negócio é deixar de comer mesmo – diz.
A coordenadora do curso de Nutrição da Furb, Anamaria Araújo da Silva, explica que na falta de alface, rúcula ou brócolis, pode-se usar a couve, espinafre ou chicória:
– É difícil de substituir, pois cada uma tem sua importância nutricional. Mas na falta deles uma outra opção é comer legumes crus.
Além do calor, o alto preço dos alimentos tem outro motivo. Nos últimos seis anos a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), detectou que os produtos adquiridos no varejo para refeição em casa subiram 43,7% a mais do que o índice geral. Nas hortaliças e legumes a alta foi 91,6% maior.
Se comparado com a inflação, desde 2007 os preços dos alimentos subiram bem mais do que a média da inflação (veja na tabela). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e considerado a inflação oficial do país, avançou em sete anos 45,9%, enquanto os alimentos chegaram a 79,1%.
Veículo: Jornal de Santa Catarina