BC vê melhora na inflação e sinaliza juro mais moderado

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O Banco Central divulgou uma ata de 32 parágrafos para explicar por que elevou sua taxa de juros de 10,5% para 10,75% - a mesma taxa do início do governo Dilma Rousseff - e quais são suas intenções daqui para a frente. Bastam cinco trechos essenciais para entender a mensagem, reproduzidos abaixo com a devida tradução do idioma do BC.


"Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,25 p.p."

 

Tradução - "Os juros ainda devem subir mais, mas as eventuais elevações tendem a ser mais suaves, de 0,25 ponto percentual de cada vez, e não mais de 0,5 ponto."


Nota - Copom é o Comitê de Política Monetária, formado pela cúpula do BC. A Selic é a taxa de juros dos títulos da dívida do governo, que serve de base para o rendimento das aplicações financeiras e o custo dos empréstimos bancários.


"O Copom pondera que, não obstante moderação observada na margem, a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência."


Tradução - "A inflação cedeu um pouco neste início do ano, mas continua alta"


Nota - Nos últimos 12 meses, a inflação acumulou alta de 5,59%, muito acima da meta de 4,5% ao ano que o BC deveria seguir (mas, na prática, não segue).


"Para 2015, no cenário de referência, a projeção de inflação reduziu-se em relação ao valor considerado na reunião do Copom de janeiro, mas se encontra acima do valor central da meta."


Tradução - "A meta não será cumprida mais uma vez no próximo ano, mas ao menos mostrou um sinal de melhora."


Nota - O BC não informa na ata qual é a inflação esperada em 2015.


"O Comitê pondera que os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são cumulativos e se manifestam com defasagens."


Tradução - "Ainda esperamos mais efeitos da alta já promovida nos juros e, por isso, pode não ser necessário subir as taxas por muito mais tempo."


Nota - Até abril do ano passado, a Selic estava em 7,25% ao ano, menor percentual desde que a taxa foi criada, em 1986. A observação sobre efeitos cumulativos, uma obviedade, é novidade na ata.


"Nos mercados de moeda, há evidências de tensão e de volatilidade."
Tradução - "O dólar pode subir, aumentar a inflação e forçar juros mais altos."


Nota - O BC tem mantido essa observação nas últimas atas, para deixar avisado que os planos mudam se o dólar subir muito.

 

 

Fonte: Uol


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